Incidentes inesperados podem acontecer a qualquer momento. Uma emergência, um reparo urgente em casa ou no carro, ou até mesmo uma oportunidade de negócio que exige ação imediata. Investimentos sem liquidez podem tornar essas situações ainda mais estressantes, mas você sabe qual a importância desse conceito?
Liquidez é a facilidade de transformar um investimento em dinheiro vivo. Quanto mais rápido e simples for esse processo, maior é a liquidez do ativo. Um CDB de liquidez diária, por exemplo, permite resgatar o valor investido no mesmo dia.
Como funciona a liquidez
Quanto mais fácil for vender um investimento pelo seu preço justo, mais líquido ele é. Por exemplo, dinheiro em conta corrente tem liquidez imediata, enquanto um imóvel pode levar meses para ser vendido.
O funcionamento e importância da liquidez está diretamente relacionado ao mercado e à demanda pelo ativo. Em um mercado com muitos compradores e vendedores, a liquidez tende a ser maior. Isso acontece porque existe sempre alguém disposto a negociar, facilitando as transações e mantendo os preços estáveis.
Para investidores, entender a importância da liquidez é fundamental para o planejamento financeiro. É preciso equilibrar investimentos de alta liquidez, que garantem acesso rápido ao dinheiro em emergências, com aplicações de menor liquidez que geralmente oferecem rentabilidade maior no longo prazo. Uma estratégia comum é manter uma reserva de emergência em ativos de alta liquidez e o restante do patrimônio em investimentos com diferentes níveis de liquidez.
Tipos de liquidez
Apesar de ser um conceito simples de entender, existem tipos de liquidez, sendo eles:
- Liquidez diária: é a mais conhecida e permite resgatar o investimento no mesmo dia. É ideal para a reserva de emergência e está presente em produtos como CDB liquidez diária, alguns fundos de investimento e títulos do Tesouro Direto.
- Liquidez corrente: é um indicador usado por empresas para avaliar sua saúde financeira. Ela mostra se a companhia tem recursos suficientes para pagar suas contas no curto prazo. Uma empresa com boa liquidez corrente passa mais confiança ao mercado.
- Liquidez seca: é semelhante à corrente, mas desconsidera os estoques no cálculo. É uma medida mais conservadora, pois os estoques podem ser difíceis de vender rapidamente. O risco de liquidez surge quando não é possível transformar um investimento em dinheiro sem grandes perdas.
- Liquidez geral: é um indicador financeiro que mede a capacidade de uma empresa pagar todas as suas dívidas, tanto de curto quanto de longo prazo, utilizando seus ativos circulantes e realizáveis a longo prazo. É uma medida mais ampla da saúde financeira de uma empresa.
- Liquidez imediata: é o indicador que avalia a capacidade de uma empresa pagar suas obrigações de curtíssimo prazo considerando apenas o dinheiro em caixa e equivalentes (como aplicações financeiras de altíssima liquidez). É a medida mais conservadora de liquidez.
Benefícios e riscos
O principal benefício da liquidez é a tranquilidade de ter dinheiro disponível para emergências. Quem mantém investimentos com liquidez diária não precisa recorrer a empréstimos caros ou vender ativos com prejuízo quando surge um imprevisto.
A liquidez também permite aproveitar oportunidades de investimento que aparecem de repente. Se surgir uma chance de comprar um ativo com desconto, ter recursos disponíveis faz toda a diferença.
Por outro lado, ativos mais líquidos costumam render menos que os de baixa liquidez. Um CDB com resgate diário paga juros menores que outro sem liquidez. É preciso encontrar o equilíbrio entre ter dinheiro disponível e buscar bons rendimentos.
O risco de liquidez também merece atenção. Em momentos de crise, até investimentos considerados líquidos podem ficar sem compradores. Por isso, é importante diversificar e não concentrar todos os recursos em um único tipo de aplicação.
Exemplos de ativos com alta e baixa liquidez
Entre os ativos com alta liquidez estão a poupança, CDB de liquidez diária, fundos DI e títulos do Tesouro Selic. São ideais para a reserva de emergência, pois permitem resgate rápido sem perdas significativas. O dinheiro na conta-corrente tem liquidez máxima, mas não rende nada.
Ações de empresas grandes e conhecidas também costumam ter boa liquidez, com muitos compradores e vendedores negociando diariamente. O mesmo vale para fundos de investimento com resgate em D+0 ou D+1, que disponibilizam o dinheiro em no máximo um dia útil.
Já os ativos com baixa liquidez incluem imóveis, LCIs, LCAs e debêntures. Embora possam oferecer rendimentos maiores, são mais difíceis de vender rapidamente. Alguns podem exigir semanas ou meses para transformar em dinheiro.
Fundos imobiliários e ações de empresas pequenas também podem ter liquidez reduzida, com poucos negócios diários. Nestes casos, vender rapidamente pode exigir um desconto no preço, gerando prejuízo ao investidor.
Manter parte do patrimônio em ativos líquidos é fundamental para enfrentar imprevistos. Aqueles incidentes ou imprevistos não vão virar uma tragédia se você tiver recursos disponíveis para resolver o problema.
Por isso, antes de fazer qualquer investimento, avalie sua necessidade e entenda a importância da liquidez. Reserve uma parte do dinheiro para emergências em aplicações com resgate diário. Assim, você aproveita os bons rendimentos do mercado sem comprometer sua segurança financeira.