Um estudo elaborado pela Intrabank, gestora focada em crédito privado, revela que o futuro de micro, pequenas e médias empresas atendidas pelo FGI (Fundo Garantidor para Investimentos) do BNDES durante a pandemia, pode ser preocupante.
Isso porque, entre as 495 companhias analisadas pela casa ao longo de 2023, quase 80% delas tinham linhas tomadas com o FGI, captadas principalmente entre 2022 e o começo de 2023.
Com faturamento anual entre R$ 150 milhões e R$ 2 bilhões por ano, muitas dessas empresas estão com o período de carência do benefício perto do fim, o que significa que, a partir de agora, elas precisarão buscar recursos no mercado.
Para Thiago Figueiredo, gestor da Intrabank, o FGI tinha um caráter emergencial, que agora deverá ser substituído por outros instrumentos do mercado. Uma dessas opções são os FIDCs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios), ressaltando a necessidade dessas empresas para financiar principalmente novos investimentos.
O mesmo estudo revela que, entre as 495 empresas analisadas, 44% delas tiveram uma piora em seus resultados e índices, com endividamento mais alto e sob efeito dos juros ainda elevados ao longo de 2023.
De acordo com o gestor, a alta da Selic foi um dos principais fatores para redução de margens destas empresas. "Muitas empresas que se alavancaram com Selic abaixo de 5% ano a ano, tiverem suas despesas financeiras triplicadas em cenário econômico desafiador para recomposição de margem", ressalta.
Inadimplência, reperfilamento de dívidas e financiamento via parcelamento de impostos foram os caminhos adotados por estas companhias. "A expectativa é que com a redução das despesas financeiras, via juros menores, estas empresas consigam recuperar margens e voltar gerar caixa", explica Figueiredo.