A boxeadora argelina Imane Khelif, que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, está se preparando para mover uma ação judicial contra o site francófono “Le Correspondant”.
O portal publicou, no final de outubro, um artigo que afirma que Khelif possui cromossomos masculinos XY, baseado em um relatório médico cuja autenticidade não foi comprovada.
Veja aqui: Documentos revelam que boxeadora argelina Imane Khelif possui cromossomos masculinos
O Comitê Olímpico Internacional (COI) emitiu um comunicado nesta quarta-feira (6) confirmando o movimento de Khelif em resposta às matérias e apoiando a atleta em seu direito de buscar reparação.
“Compreendemos o fato de Imane Khelif ir à Justiça contra as pessoas que comentaram sobre sua situação durante os Jogos Olímpicos de Paris-2024 e preparar uma ação em resposta aos últimos artigos de imprensa”, declarou o COI, ressaltando que não comentará o caso enquanto o processo estiver em andamento, nem sobre os documentos não verificados divulgados.
A polêmica envolvendo Khelif teve início em março de 2023, quando a boxeadora foi excluída do Mundial de Boxe pela Federação Internacional de Boxe (IBA), que alegou não aprovação em um teste de gênero.
No entanto, a IBA, que não é reconhecida pelo COI, não forneceu detalhes sobre o exame realizado. Já o COI determinou que Khelif estava apta a competir na categoria feminina durante os Jogos de Paris, decisão que resultou em sua vitória na categoria até 66 kg.
Em resposta aos questionamentos, Khelif declarou: “Sou uma mulher forte, com poderes especiais. No ringue, mandei um recado para os que estavam contra mim.”
Esta não foi a primeira vez que a atleta competiu em torneios femininos sem gerar controvérsia; Khelif também participou das Olimpíadas de Tóquio em 2021.
O COI, em seu comunicado, lamentou os ataques direcionados à boxeadora, reforçando que nas competições olímpicas, sexo e idade dos atletas são determinados conforme os dados constantes em seus passaportes.
A atleta, que já vinha sofrendo ataques online, apresentou uma queixa formal em agosto deste ano, resultando na abertura de uma investigação pela justiça francesa.