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Fusão entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) aponta futuro para o setor de locação, diz economista

Segundo Luiz Carlos Côrrea, sócio da Nexgen Capital, o acordo de concentração com requisitos para impedir concentração foi suficiente para o mercado e tende a ser replicado por locadoras em outras regiões do país

- Arquivo: Agência Brasil
- Arquivo: Agência Brasil

A Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, por três votos a dois, a fusão entre a Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) com restrições. 

Segundo Luiz Carlos Côrrea, economista e sócio da Nexgen Capital, o acordo de concentração, que adiciona “remédios” à operação após orientações do órgão técnico das autoridades antitrustes, foi suficiente para consolidar o negócio.

“O grande temor era que juntas as empresas, que vão representar um pouco mais de 50% do mercado, se tornassem uma grande líder e esmagassem as concorrentes”, diz. 

Futuro do mercado

Mesmo com o surgimento de uma nova grande empresa a partir da fusão entre Localiza e Unidas, Côrrea vê com bons olhos o negócio e diz que ele aponta uma tendência para o setor.

“Acredita-se muito numa consolidação do mercado brasileiro de locação de veículos por ser muito pulverizado. Hoje, a maior companhia, que vai vir a ser representada pela fusão das duas, vai representar pouco mais de 50% do mercado e quando a gente fala num mercado mais consolidado, como o dos EUA, vemos concentração de quase 80% em poucas companhia”, diz.

Segundo o executivo, outras fusões devem ocorrer no mercado de locação de veículos. “Quando vamos para outras regiões, sempre tem um operador mais local. Acredita-se que esse movimento vai ser natural para a consolidação do setor”, conclui.

Detalhes

A fusão foi considerada “complexa” pelo próprio Cade em maio deste ano, após o tribunal receber reclamações oficiais de terceiros como a Movida (MOVI3), Fleetzil e outros.

O executivo pontua que entre os requisitos para o prosseguimento da operação estão as vendas da marca Unidas e de agências de alocação em grandes metrópoles e aeroportos, além da obrigatoriedade de se desfazer de uma parte da frota (a recomendação inicial para vender era de aproximadamente 20 a 50 mil veículos).

Para Côrrea, outro ponto de destaque foi a desistência do acordo de não-concorrência da Localiza com a empresa norte-americana Vanguard, dona das marcas Enterprise, National e Álamo, que agora pode operar no Brasil e rivalizar no mercado de locação de veículos.

Repercussão

O mercado reagiu bem a notícia e as ações das empresas continuam em alta hoje (15). 

Às 11:04, os papéis da Localiza (RENT3) subiam 2,04%, a R$ 60,50 cada, enquanto as ações da Unidas (LCAM3) avançavam 3,04%, cotadas a R$ 27,43.