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Kora (KRSA3): Fitch rebaixa rating para 'A+(bra)', com perspectiva negativa

A classificação reflete a manutenção de uma estrutura de capital alavancada, com expectativa de alavancagem financeira elevada (acima de 4,5x) nos próximos três anos

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou, hoje (6), o rating nacional de longo prazo da Kora Saúde (KRSA3) e de sua primeira emissão de debêntures quirografárias, de R$ 700 milhões, com vencimento final em 2029, para ‘A+(bra)’, de ‘AA-(bra)’.

A perspectiva do rating corporativo foi negativa.

O rebaixamento reflete a manutenção de uma estrutura de capital alavancada, com expectativa de alavancagem financeira elevada (acima de 4,5x) nos próximos três anos, e a frustração das estimativas iniciais da Fitch sobre crescimento de receita, EBITDA e margens operacionais.

A Fitch declara ainda que a revisão incorpora a pressão sobre a geração de fluxo de caixa livre (FCF) da companhia, decorrente de maiores despesas financeiras, devido ao aumento da taxa básica de juros, e aumento das necessidades de capital de giro, dada a pressão das operadoras de saúde para alongar o prazo médio de pagamento aos prestadores de serviços.

Considerados os movimentos de gestão de passivos realizados nos últimos trimestres, a Kora atualmente apresenta um perfil de risco de refinanciamento administrável.

De acordo com a agência, a perspectiva negativa reflete os desafios da companhia para reduzir sua alavancagem financeira para abaixo de 4,5x e fortalecer sua rentabilidade para patamares mais próximos à média da indústria, entre 20% e 25%.

A Kora tem um histórico de crescimento agressivo, e a análise não contempla espaço para novas aquisições financiadas por dívida sem que a classificação seja fortemente pressionada, informou a Fitch.

O rating incorpora os sólidos fundamentos da demanda do setor hospitalar, apoiados no desequilíbrio estrutural entre oferta e demanda por leitos no país, e a posição de destaque da companhia em suas principais regiões de atuação.

A classificação foi limitada pela mediana escala da Kora no setor, por sua agressiva estratégia de crescimento inorgânico e estrutura de capital alavancada, o que implica em maiores desafios em um cenário de taxas de juros mais elevadas.