De acordo com o relatório divulgado na última terça-feira (10) pela plataforma Transactional Track Record (TTR), o mercado de fusões e aquisições (M&As) no país registrou um total de 1.169 transações até o mês de julho e movimentou R$ 285,5 bilhões desde o início do ano. Um aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2020.
Somente no mês de julho, foram registradas 194 fusões e aquisições, entre anunciadas e concluídas, por um valor total de R$ 24,4 bilhões.
O setor mais ativo do ano, até aqui, foi o de tecnologia, com um total de 449 transações, e apresentou um aumento de 87% em relação ao mesmo período do ano passado. Na vice-liderança, ficou o setor de financeiro e seguros, com 218 transações.
No nicho das startups, o número de aquisições denota crescimento de 120% só no primeiro quadrimestre deste ano. Foram 77 negócios, segundo dados da plataforma de inovação Distrito. No mesmo período de 2020, foram registradas 35 operações.
João Vitor Carminatti, CEO e co-fundador da STARK, empresa que inaugurou o segmento de M&ATech no Brasil, acredita que este será o maior ano para transações de fusões e aquisições no Brasil, uma vez que a tendência de digitalização das empresas tem impulsionado os números de transações no setor de tecnologia.
“Para entrar no universo digital, grandes empresas se valem do M&A a fim de conseguirem incorporar uma nova solução, mercado ou tecnologia de forma mais rápida do que desenvolver do zero internamente. Pelo lado dos investidores financeiros (fundos de investimentos) existe, hoje, muita liquidez no mercado e a baixa taxa de juros impulsiona também o apetite para investimentos em startups com altos potenciais de retorno”, explica.
O fundador e CEO da nuvini, Pierre Schurmann, que já anunciou cinco aquisições neste ano e caminha para compor o maior grupo de empresas SaaS do Brasil, analisa que um novo ciclo no setor de M&A no Brasil está começando e que ele deverá se manter aquecido.
“Isso é consequência do número cada vez maior de startups no país, que trazem soluções reais para o mercado. Ao fazerem isso, se tornam potenciais targets para empresas tradicionais que buscam inovação, velocidade e melhorias nos seus sistemas de processos. Com o crescimento do número de startups, o aumento do volume de capital disponível para essas startups e o amadurecimento do mercado como um todo, veremos muito mais aquisições até o final do ano”, projeta Schurmann.
De acordo com Flávio Batel, sócio-fundador e CEO da Solstic Advisors, butique especializada em operações de M&A em empresas do segmento middle market, isto é, negócios de médio porte com faturamento anual de até R$ 500 milhões, “com a liquidez do mercado e com algumas das companhias listadas em Bolsa registrando forte valorização, o mercado de fusões e aquisições envolvendo o segmento de médias empresas também segue bastante aquecido, projetando para 2021 mais um recorde em operações”.
Com informações de FirstCom Comunicação.