Números satisfatórios

Ações da Embraer (EMBR3) sobem com dados positivos no 1º trimestre: “momento oportuno para investidores”, avalia BTG Pactual

Banco destacou a força do backlog da Embraer, que permanece em nível recorde de US$ 26,4 bilhões

Embraer (EMBR3)
Foto: reprodução/Embraer

A Embraer (EMBR3) agradou o mercado ao anunciar dados operacionais positivos no 1° trimestre de 2025 (1T25). O BTG Pactual reforçou sua visão otimista sobre as ações da companhia e manteve recomendação de ‘compra‘ a um preço-alvo de R$ 65,00.

Por conta disso, as ações EMBR3 operam em alta nesta quarta-feira (23). Por volta das 11:00, os papéis subiam 3,36%, cotados a R$ 63,02.

Ao analisar os números, o BTG Pactual destacou a força do backlog da Embraer, que permanece em nível recorde de US$ 26,4 bilhões, com avanço de 25% em relação ao ano anterior, consolidando o bom momento em segmentos como aviação executiva, defesa e serviços.

“O backlog total segue em máximas históricas, refletindo a resiliência e a capacidade da Embraer de capturar valor em mercados estratégicos, mesmo quando o setor enfrenta ventos contrários”, escreveram os analistas do BTG.

Segundo o banco, a combinação entre forte demanda por jatos executivos, contratos de defesa e expansão dos serviços de suporte garantiu estabilidade no indicador, mesmo sem novos impulsos expressivos no curto prazo.

Os destaques do trimestre foram a aviação executiva, com backlog de US$ 7,6 bilhões (alta de 66% na comparação anual), puxado por encomendas da Flexjet, e o segmento de defesa, com US$ 4,2 bilhões (+73% em 12 meses), impulsionado pela conversão de cinco A-29 Super Tucano pela Força Aérea do Uruguai.

O Phenom 300, carro-chefe da aviação leve da Embraer, manteve sua hegemonia e foi, pelo 13º ano consecutivo, o jato leve mais vendido do mundo, segundo a GAMA.

Já o setor comercial ainda apresenta desafios. O backlog do segmento recuou 10% em relação ao mesmo período do ano passado, fechando em US$ 10 bilhões, impactado principalmente pela base de comparação difícil — em 1T24, a empresa havia fechado um pedido de US$ 7 bilhões com a American Airlines.

Além disso, a Embraer não conseguiu entregar dois jatos comerciais durante o trimestre, citando “questões comerciais e gargalos na cadeia de suprimentos”.

O banco, no entanto, vê esses entraves como temporários. “Esperamos uma retomada gradual das entregas a partir do segundo trimestre, com a normalização da produção”, aponta o relatório.

No campo dos serviços, a Embraer também segue sólida, com um backlog de US$ 4,6 bilhões (+49% em 12 meses), apoiado por contratos como o fechado com a Airlink, principal companhia aérea da África Austral, que cobre o suporte de peças para uma frota de 68 aeronaves.

Mesmo com as incertezas no setor comercial, o BTG reforça sua visão otimista: “Vemos potencial de novos pedidos no segmento de Defesa, especialmente de países como Polônia, Turquia e México, que podem anunciar contratos ainda nesta semana durante a FAMEX, feira aeronáutica no México.”

A ação da Embraer (EMBR3), que caiu cerca de 14% no último mês, pode representar uma oportunidade, segundo os analistas. “Com a companhia negociando a 10 vezes o EV/EBITDA e diante da perspectiva de trimestres mais fortes adiante, o momento parece oportuno para quem aposta na recuperação do setor e na diversificação estratégica da Embraer”, concluem.