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5 melhores ações para investir no governo Lula

Analistas da Genial Investimentos acreditam que os papéis sugeridos podem proporcionar um melhor desempenho a partir do momento em que o ex-presidente for empossado

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito - Rovena Rosa, para a Agência Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito - Rovena Rosa, para a Agência Brasil

No dia 30 de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito pela terceira vez ao cargo e ontem (1) retornou ao Palácio do Planalto doze anos após deixá-lo nas mãos de sua sucessora Dilma Rousseff (PT).

Com a escolha do petista para governar o País, a Genial Investimentos selecionou cinco ações para investir a partir de sua posse. Analistas acreditam que os papéis sugeridos podem proporcionar um melhor desempenho assim que Lula for oficialmente reconduzido. 

Eles ponderam que o portfólio considera temas e dinâmica econômica do novo governo que começa apenas em 2023, e ainda relembram que temos mais divulgações de resultados trimestrais para 2022.

Veja as recomendações:

Assaí (ASAI3)

À medida que o formato de cash-and-carry ganhou mais espaço no bolso do consumidor, as companhias que operam nesse formato ganharam munição para poder expandir os seus negócios.

De acordo com dados do Ebit Nielsen de 2021, o modelo de atacarejo apresentou uma importância de quase 20% em relação às compras mensais do consumidor.

Com uma forte expansão à vista (sessenta e uma lojas Extra + aberturas orgânicas), o Assaí (ASAI3) estabeleceu a meta de chegar em até 300 lojas ao final do ano que vem.

Analistas relembram que essas novas lojas a serem convertidas devem gerar um faturamento três vezes superior ao formato de hipermercado Extra, os quais atuavam e tem um potencial de trazer uma margem operacional +150 bps acima da média da companhia.

Com uma forte geradora de caixa em mãos e um track record nesse modelo de conversão, a Genial Investimentos viu uma margem de segurança maior para incluir o Assaí (ASAI3) – recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 23,50 e potencial de valorização de 18,15%.

Bradesco (BBDC4)

Analistas veem o Bradesco melhor posicionado para se beneficiar relativo aos outros bancos privados no futuro governo.

Os bancos sempre souberam navegar bem ciclos de juros mais altos e a Genial estima que a taxa de juros deve permanecer em território contracionista, como forma de contrabalancear os vetores inflacionários de uma política fiscal mais frouxa.

Os resultados financeiros das seguradoras também tendem a se beneficiar de juros altos. Pois bem, o Bradesco possui a maior seguradora do país e uma carteira de crédito mais concentrada em pessoa física (PF), com 53,4% de participação do portfólio total, mais exposto a baixa renda que seus rivais Itaú (ITUB4) e Santander Brasil (SANB11).

No material, dizem que os possíveis estímulos à consumo e programas de transferência de renda do plano de governo Lula poderiam melhorar o consumo (ao menos, de curto prazo), destravaria maior oferta de crédito e aumentaria a capacidade de pagamento das famílias da base da pirâmide, o que beneficiaria as receitas de juros e inadimplência.

Ademais, a seguradora tem uma grande relevância nos resultados do Bradesco, e corresponde a 30% do lucro em períodos normalizados, destacam.

Por fim, além do ambiente mais favorável para o Bradesco, o banco negocia a múltiplos atraentes de 6,56x P/L 23 e 1,29x P/VP 22, que poderiam destravar valor para a ação. Eles mantêm recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 24,00 e potencial de valorização de 20,18%.

Cury (CURY3)

A corretora indica, ainda, os papéis de Cury (CURY3), uma das ações preferidas dos analistas da casa no setor de construção civil.

Mesmo dentro do Programa Casa Verde e Amarela (PCVA) e na faixa imediatamente acima, a Cury tem uma das maiores margens e velocidades de vendas do setor, pontua a Genial.

Além disso, analistas ressaltam que a Cury dispõe de uma posição de caixa líquido robusta e recorrente geração de caixa, características essenciais para o atual momento macroeconômico, com juros em patamares elevados por um tempo ainda incerto.

Eles esperam que a margem da Cury passe a aumentar a nos próximos trimestres (inclusive, no terceiro trimestre) sem detrimento da velocidade de vendas um presente das mudanças recentes do PCVA.

Apesar de um rali de quase 90% nas ações nos últimos seis meses, veem a Cury negociar a múltiplo P/E 2023E de 6,7x, o que implica em um dividend yield de cerca de 7% para 2022 e aproximadamente 9% para 2023, o que deixa os analistas confiantes de que ainda existe espaço para mais valorização.

Eles estimam que os papéis cheguem ao preço-alvo de R$ 12,00 e mantêm recomendação de compra.

Eletrobras (ELET3)

Em outra frente, sugerem as ações ordinárias de Eletrobras (ELET3), devido à natureza defensiva do seu negócio (energia elétrica, com exposição aos segmentos de geração e transmissão) e pelo momento atual: com sua recente privatização, os próximos anos deveriam ser muito interessantes do ponto de vista operacional devido à “arrumação de casa”, com corte de custos diversos, reprecificação do portfólio de geração, venda de ativos não estratégicos, novos investimentos, entre outras iniciativas. 

Eles chamam ainda a atenção a tomada de posse de Wilson Ferreira Júnior como CEO. Com pouco mais de um mês no cargo, citam como principais medidas do executivo:

i) migração para o Novo Mercado, onde as ações da empresa devem passar a ser negociadas apenas como ordinárias; e

ii) anúncio de um novo plano de demissão voluntária (PDV), com objetivo de atingir 2,3 mil empregados da empresa (aproximadamente, 21,0% do total de empregados da empresa no segundo trimestre deste ano) ao custo de R$1 bilhão com retorno esperado em aproximadamente 11,2 meses.

Atualmente, veem a empresa negociada com potencial de valorização interessante em relação ao preço-alvo (R$ 66,00 por ação), TIR implícita de 12,2% em termos reais e  P/VPA de apena 1x em um cenário de clara expansão de rentabilidade.

Prio (PRIO3)

A Genial vê a Prio (PRIO3) como um case interessante, por estar em um negócio que o preço da commodity não fora diretamente afetado pelas condições macroeconômicas locais em termos de perspectivas de crescimento, por exemplo.

Além disso, como a empresa exporta, uma eventual desvalorização do real em relação ao dólar tenderia a beneficiar o negócio com as suas receitas dolarizadas.

Caso a Petrobras (PETR3)(PETR4) resolva mudar a sua política de desinvestimentos, tal decisão não deveria ser necessariamente um revés para a empresa à medida que todas as suas aquisições antes de Albacora Leste foram feitas entre players privados, dizem os analistas. 

Eles lembram que a Bacia de Campos apresenta produção agregada declinante dos seus poços, o que faria com que novas oportunidades de aquisição viessem a aparecer ao longo do tempo.

A empresa deve fechar o ano com uma produção de 52 mil BPD (vs. 33 mil BPD em janeiro de 2022), em meio a impressionante campanha de revitalização do campo de Frade, projeta a Genial.

Citam ainda o fato da empresa poder migrar para os holofotes por uma questão fluxo, à medida que o risco político de se investir nas ações da Petrobras (PETR3)(PETR4) tende a aumentar, em vista o fato da Prio (PRIO3) ser uma opção privada, com perspectivas de crescimento interessante e com track record muito positivo.