Nesta terça-feira (9), analistas do mercado financeiro reagem à divulgação da ata do Copom. O texto aponta que o prolongamento de políticas temporárias de apoio à renda pode elevar prêmios de risco do país e as expectativas de inflação.
Além disso, a deflação histórica de julho, menor taxa desde o início da série em 1980, e o avanço dos balanços corporativos estão no radar dos investidores.
Brasil
Ibovespa e dólar ontem (8)
O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (8) vendido a R$ 5,113, com recuo de R$ 0,054 (-1,04%)
A divisa está no menor valor desde 15 de junho, quando tinha fechado a R$ 5,02.
Com o desempenho, a moeda norte-americana acumula queda de 3,11% desde quinta-feira (4), no dia seguinte à reunião do Copom.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pela euforia. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 108.402 pontos, com alta de 1,81%. O indicador está no maior nível desde 7 de junho.
As ações da Petrobras dispararam nesta segunda-feira. Os papéis ordinários (com voto em assembleia de acionista) subiram 4,82%. As ações preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) valorizaram-se 5,05%. Os investidores aguardam a distribuição recorde de R$ 87,8 bilhões em dividendos da estatal, que ocorre na quinta-feira (11).
Copom
Nesta terça-feira (9), o Banco Central divulgou a ata da última reunião de seu Comitê de Política Monetária (Copom). O documento aponta que o prolongamento de políticas temporárias de apoio à renda pode elevar prêmios de risco do país e as expectativas de inflação.
“O Comitê avalia que políticas temporárias de apoio à renda devem trazer estímulo à demanda agregada e que o prolongamento de tais políticas pode elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação à medida que pressionam a demanda agregada e pioram a trajetória fiscal”, disse.
No comunicado da última semana, em tom considerado duro por analistas, o BC já havia afirmado que a possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes acentua os riscos de alta para o cenário inflacionário.
Na semana passada, o Banco Central subiu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, a 13,75% ao ano, maior patamar desde janeiro de 2017, e indicou que pode encerrar o agressivo ciclo de aperto com um ajuste menor em setembro. (Reuters)
Deflação
Pressionado pela queda nos preços dos combustíveis, em particular da gasolina e do etanol, e da energia elétrica, o IPCA ficou em -0,68% em julho, após a variação de 0,67% em junho.
Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980. No ano, a inflação acumulada chega a 4,77%, e, nos últimos 12 meses, 10,07%.
Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (9) pelo IBGE.
“A Petrobras (PETR3)(PETR4) no dia 20 de julho anunciou uma redução de 20 centavos no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras. Além disso, nós tivemos também a Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, que reduziu o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações. Essa redução afetou não só o grupo de transportes (-4,51%), mas também o de habitação (-1,05%), por conta da energia elétrica (-5,78%). Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Anbima
Os fundos de investimento registraram resgates líquidos de R$ 61,7 bilhões em julho, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Essa foi a segunda vez no ano que as saídas superaram os aportes no mês — a primeira foi em maio com retiradas líquidas de R$ 53,5 bilhões.
O resultado foi puxado pelos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), pelos fundos de renda fixa e pelos multimercados.
Auxílio Brasil
A Caixa Econômica Federal começa a pagar nesta terça-feira (9) a parcela de agosto do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás.
Recebem hoje os beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) com final 1. Esta vai ser a primeira parcela com o valor mínimo de R$ 600, que vigora até dezembro, conforme emenda constitucional promulgada em julho pelo Congresso Nacional.
Covid-19: Brasil
Vacinação – Até segunda-feira (8), o Ministério da Saúde indicava que 469.551.995 doses de vacinas contra covid-19 tinham sido aplicadas no país, desde o início da campanha de imunização.
Destas, 178,5 milhões como primeira dose, 159,6 milhões como segunda e 4,9 milhões como dose única. A dose de reforço já foi aplicada em mais de 103,5 milhões de pessoas e a segunda dose extra, ou quarta dose, em 18 milhões.
O painel registra ainda 4,7 milhões de doses como "adicionais", que são aquelas aplicadas em quem tinha recebido o imunizante da Janssen.
Estados Unidos
Produção de chips – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assina nesta terça-feira um projeto de lei para subsidiar a indústria de semicondutores norte-americana, que busca elevar a competitividade do país com a China.
China
A desglobalização vai nos dois sentidos.
Hong Kong aprovou os planos do Alibaba (NYSE:BABA) (BVMF:BABA34) de transferir sua listagem no mercado primário para a Bolsa de Valores de Hong Kong, uma decisão que representa um contraponto à repatriação de sua capacidade de fabricação pela Micron.
Em termos mais práticos, a mudança tornará mais fácil para os investidores chineses do continente obter acesso às ações por meio do programa stock connect que liga as bolsas de Hong Kong e do continente.
A mudança deve ocorrer antes do final do ano, de acordo com vários relatórios.
Em outros lugares da China, a fábrica da Tesla (NASDAQ:TSLA)(BVMF:TSLA34) em Xangai viu sua produção cair dois terços em julho em relação ao mês anterior, embora isso tenha ocorrido devido à manutenção programada e não a qualquer expressão de tensão EUA-China. (Investing.com Brasil)
Consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia
A operadora de oleodutos da Ucrânia Ukrtransnafta parou de bombear petróleo russo pelo território do país para clientes na Europa central, no que seria uma escalada inesperada do conflito energético entre a Rússia e seus vizinhos europeus, de acordo com veículos da imprensa.
As manchetes sugerem que a frustração ucraniana com as contínuas compras europeias de combustível russo – que, segundo ela, ajuda a financiar a guerra – transbordou. A medida ocorre um dia depois que o governo Biden aprovou mais US$ 1 bilhão em ajuda militar para a Ucrânia. (Investing.com Brasil)