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Ações da Minerva (BEEF3) derretem, após ter compra de ativos da Marfrig (MRFG3) negada no Uruguai

Para a XP Investimentos, esse momento pode representar um desafio para quem investe

Ações da Minerva (BEEF3) derretem, após ter compra de ativos da Marfrig (MRFG3) negada no Uruguai

As ações da Minerva (BEEF3) operam em queda nesta quarta-feira (22), um dia após a companhia anunciar que a autoridade Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência (CPDC) do Uruguai não aprovou a aquisição de três estabelecimentos industriais da Marfrig (MRFG3) pelo país. Por volta das 13:05, os papéis caiam em 5,19% a R$ 6,58.

Já as ações da Marfrig (MRFG3) recuam em 0,74% a R$ 12,00.

O fato é tão relevante, pois desde o anúncio do negócio ficou claro que o Uruguai representava cerca de 20% do contrato, tanto em volume quanto em valor, estimado em aproximadamente R$ 1,5 bilhão.

Este valor sugere uma avaliação total das plantas da Marfrig no Uruguai em torno de US$ 100 milhões, sem um múltiplo consensual.

No entanto, as empresas declararam que as plantas no Uruguai valem R$ 675 milhões (aproximadamente US$ 45 milhões por planta), o que indica um múltiplo implícito menor, apesar das margens historicamente mais altas no país, devido ao melhor acesso ao sistema sanitário e ao mercado.

Com a negação da CPDC, a Minerva agora aguarda a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para as plantas no Brasil.

A expectativa é de um desembolso maior do que o inicialmente previsto, totalizando R$ 5,375 bilhões em vez dos R$ 4,5 bilhões esperados. Este aumento sugere uma complexidade maior na negociação e um impacto financeiro significativo.

O processo de aprovação no Brasil enfrenta incertezas quanto ao tempo e às possíveis restrições que o CADE pode impor. 

A XP Investimentos destaca que, embora o tamanho seja crucial no mercado de commodities, a diversificação da Minerva poderia melhorar seus resultados de arbitragem. No entanto, o timing se mostra desfavorável.

"A estratégia ousada da Minerva, que não teve apoio dos investidores, pode levar mais tempo do que o previsto para dar frutos, um fator preocupante em um setor cíclico. Mesmo com a potencial aprovação no Brasil, a iminente mudança no ciclo do gado e um ritmo lento de desalavancagem apresentam desafios significativos para a tese de investimento", comenta a casa.