O resultado financeiro da Ambev referente ao primeiro trimestre de 2024 (1T24) parece não ter agradado tanto os investidores. Pelo menos é o que se exibe nas cotações de suas ações, que operam com baixa nesta quarta-feira (8), dia em que houve a publicação do balanço.
Por volta das 11:20, os papéis ABEV3 registravam queda de 4,05% a R$ 12,10.
Apesar disso, os dados superam as estimativas feitas por analistas do mercado.
No EBITDA (lucro antes juros), a empresa somou R$ 6,5 bilhões, ligeiramente acima das expectativas do BTG Pactual.
Esse valor incluiu um impacto positivo de itens não recorrentes e da LAS (Argentina), o que resultou em um batimento de baixa qualidade.
Mas segundo a empresa, o desempenho foi compensado por um enfraquecimento nos preços da cerveja no Brasil. A margem EBITDA de 32,2% também em linha com as projeções do banco.
Os lucros da Ambev atingiram R$ 3,7 bilhões, superando as expectativas em 11%, devido a menores provisões para imposto de renda e maiores receitas financeiras de créditos tributários.
No Brasil, a cervejeira teve um crescimento no volume de vendas de 3,6% demonstrando resiliência, mas os preços ficaram abaixo das expectativas do BTG, apesar do crescimento do segmento premium.
O banco sugere que a empresa pode ter aumentado o volume de vendas em comparação com os volumes de remessa.
Quanto à LAS, apesar de uma queda de 13% nos volumes, o EBITDA reportado superou as expectativas quando convertido para a moeda brasileira, impulsionado pela inflação em alta na Argentina.
Em termos de perspectiva, o BTG ressalta a transição difícil da empresa de crescimento para valor, com as ações sendo desvalorizadas por anos e preocupações crescentes com a competitividade do setor de cervejas.
"Apesar de negociar com um desconto em relação aos pares globais, permanecemos neutro em relação à Ambev, destacando preocupações contínuas com a receita e a competição", disse o BTG.