A fraude

Americanas (AMER3): resultados eram manipulados em formato impresso para evitar rastreamento digital, afirmam ex-executivos

Depoimentos de Marcelo Nunes e Flávia Carneiro revelam como era articulada a maior fraude contábil já vista no mercado brasileiro

Americanas (AMER3): resultados eram manipulados em formato impresso para evitar rastreamento digital, afirmam ex-executivos

Depoimentos de Marcelo Nunes, ex-diretor financeiro, e Flávia Carneiro, ex-superintendente de Controladoria da Americanas (AMER3), revelaram a Polícia Federal (PF), que o ex-CEO, Miguel Gutierrez, exigia acesso a todas as versões dos resultados da empresa, tanto os reais quanto os modificados.

Flávia também relatou mudanças no sistema para esconder fraudes e que os dados alterados eram mantidos fora da rede da empresa.

Segundo Flávia, Gutierrez recebia os resultados manipulados em formato impresso para evitar rastreamento digital.

Conforme os depoimentos, o conselho de administração da Americanas aprovava um orçamento enviado pela diretoria, que ela depois “adaptava” para alcançar os números desejados por Gutierrez.

Essas adaptações eram feitas mensalmente, sem base na realidade, e envolviam estornos de despesas e ausência de provisionamento. Flávia desconhecia se o conselho estava ciente das fraudes.

Ela também mencionou que o diretor de TI, João Guerra, fez mudanças no sistema da Americanas para esconder transações falsas da auditoria.

Para maior sigilo, alguns arquivos com os resultados alterados eram salvos apenas em seu computador e enviados por e-mail apenas às pessoas interessadas.

As informações são do Lauro Jardim no O Globo.