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Americanas (AMER3): vale um voto de confiança após relatório sobre demonstrações financeiras?

Material indica a participação na fraude contábil do ex-CEO Miguel Gutierrez, ex-diretores e ex-executivos

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As demonstrações financeiras da Americanas (AMER3) eram fraudadas pela diretoria anterior, apontou um relatório de assessores jurídicos da administração da varejista.

De acordo com a publicação, os documentos que deram origem ao relatório demonstram os esforços da diretoria anterior da Americanas para ocultar do conselho de administração e do mercado em geral a real situação de resultado e patrimonial da companhia.

“Foram identificados diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), incentivos comerciais usualmente utilizados no setor de varejo, que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da Companhia como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores. Esses lançamentos, feitos durante um significativo período, atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022”, informou o documento.

Segundo o relatório, a diretoria anterior “contratou uma série de financiamentos nos quais a companhia fora devedora perante instituições financeiras, sem as devidas aprovações societárias, todas inadequadamente contabilizadas no balanço patrimonial de 30 de setembro de 2022 na conta fornecedores”.

O relatório indica, ainda, a participação na fraude do ex-CEO Miguel Gutierrez, dos ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e dos ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes.

O conselho de administração orientou a companhia e os assessores a apresentar o relatório a todas as autoridades competentes e avaliar as medidas, com objetivo ao ressarcimento dos danos causados pela fraude em suas demonstrações financeiras.

A Americanas informou, ainda, que “os ajustes contábeis, derivados dos fenômenos acima, são preliminares, não auditados e ainda estão sujeitos a alterações”.

Além disso, o efeito desses ajustes nos resultados da companhia ao longo do tempo ainda tem sido apurado, mas a administração espera que o impacto nos resultados mais recentes seja significativo.

A XP Investimentos permanece com sua cobertura sobre as ações em revisão, pela falta de visibilidade quanto aos impactos financeiros relacionados às inconsistências contábeis da companhia.