O PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre surpreendeu as expectativas do mercado e cresceu mais que o esperado, com variação de 1,9%
o resultado foi puxado pelo desempenho da agricultura, com a safra recorde colhida neste ano. O PIB da agricultura, que cresceu 21% no período, puxou outros setores, como transportes, e a indústria extrativa também teve um desempenho positivo com o aumento da produção de óleo e gás e mineração.
Já os setores mais afetados pela política monetária restritiva, como a indústria da transformação, a construção e serviços às famílias, tiveram desempenho negativo e podemos ver nova queda no restante do ano.
Após o resultado do PIB, é possível ficar mais otimista com a economia brasileira?
Segundo o Inter Research, o crescimento ainda que setorial pode ser sim algo a se comemorar, mas para o restante do ano, a demanda deve ser ainda fraca, resultado da maior restrição do crédito, devido à alta taxa de juros, que impacta tanto o consumo das famílias como os investimentos.
A casa de análise projeta uma elevação do PIB de 2% para o ano, mas é praticamente resultado já realizado e o crescimento marginal nos próximos trimestres deve ficar próximo de 0 ou até negativo.
O PIB deflacionário ajudou a reverter o cenário de juros e intensificaram as apostas de cortes na taxa básica de juros, a Selic, no segundo semestre.
A desaceleração do consumo mostrou o efeito da política monetária restritiva e reforçou as projeções de queda da inflação para o restante do ano.
"Esse cenário deve permitir o início do corte de juros já no segundo semestre, de maneira mais acelerada que se esperava anteriormente e assim poderemos ver a retomada do crescimento a partir de 2024", diz o relatório do Inter.