Contenção de danos

Azul (AZUL4): CEO desmente recuperação judicial após rumores derrubarem ações em 24%

O executivo destacou que um pedido de recuperação judicial, conhecido como Chapter 11 nos Estados Unidos não seria seu plano, nem da aérea, nem dos parceiros

Azul (AZUL4): CEO desmente recuperação judicial após rumores derrubarem ações em 24%

O presidente-executivo da Azul (AZUL4), John Rodgerson, fez uma declaração firme nesta quinta-feira, 29 de agosto, sobre a situação financeira da companhia aérea, após rumores de um possível pedido de recuperação judicial que cresceram em razão de uma matéria da Bloomberg e a queda das ações superior a 20%.

Em entrevista exclusiva à Reuters, Rodgerson ressaltou que a Azul está financeiramente saudável e em processo de receber novas aeronaves.

Azul (AZUL4) está financeiramente saudável, afirma CEO

Em resposta a especulações de mercado, Rodgerson afirmou:

“Não temos uma empresa aérea quebrada. Temos uma empresa aérea super saudável, que vai negociar com seus parceiros.”

O executivo destacou que um pedido de recuperação judicial, conhecido como Chapter 11 nos Estados Unidos, não seria seu plano, nem da aérea, nem dos parceiros.

Negativa à reportagem da Bloomberg

Rodgerson também se posicionou contra a reportagem da Bloomberg publicada na véspera, que sugeria a possibilidade de a Azul considerar um pedido de recuperação judicial.

O presidente da companhia afirmou trabalhar “em uma discussão amigável com todo mundo, como sempre fizemos”.

Desempenho das ações e comparações com concorrentes

As ações da Azul (AZUL4) sofreram uma queda significativa de mais de 24%, e fecharam a sessão a R$ 5,50.

Em contraste, o Ibovespa recuou 0,95%.

A Gol (GOLL4), que recentemente entrou com um pedido de recuperação judicial, viu suas ações subirem 1,8%, cotadas a R$ 1,11.

Liquidez e dívida da Azul (AZUL4)

No encerramento de junho, a Azul (AZUL4) reportou uma liquidez total de R$ 6,40 bilhões, superior aos R$ 5,50 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.

Contudo, a dívida bruta da companhia aumentou em R$ 3,8 bilhões no primeiro semestre, em parte devido à depreciação do real frente ao dólar, o que elevou os custos com arrendamento de aeronaves e despesas com empréstimos denominados em moeda estrangeira.

Estratégia de reestruturação e negociações com arrendadores

Rodgerson mencionou que as empresas de arrendamento de aeronaves “entendem” as dificuldades enfrentadas pela Azul (AZUL4) devido à desvalorização cambial e ao cenário de juros elevados.

“Ninguém imaginava que o mercado ia estar onde está,” disse o executivo.

Ele destacou a entrega de um novo Airbus A330 recebido da parte de um lessor com quem a Azul está em negociação, embora não tenha divulgado o nome da companhia de arrendamento.

Possível utilização do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac)

Em relação à estrutura de capital, Rodgerson confirmou que a Azul pretende utilizar recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), aprovado pelo Congresso Nacional na véspera.

O Fnac, criado em 2011, visa fomentar o desenvolvimento do setor de aviação civil por meio de investimentos em infraestrutura.

O novo texto aprovado permite empréstimos garantidos pelo fundo para companhias aéreas.

Rodgerson mencionou que a Azul pode solicitar “um terço” do montante do Fnac, que prevê R$ 5 bilhões anuais em crédito ao setor – “uma dívida um pouco mais barata do que conseguiríamos no mercado”, afirmou o executivo.

As informações são de Reuters.