Ainda vale a pena?

Azul (AZUL4) em turbulência: o que o BTG Pactual recomenda para a ação em meio às incertezas?

BTG Pactual mede a probabilidade de um pedido de recuperação acontecer, ao analisar saúde financeira da companhia e reafirmar sua posição

Azul
Imagem: Reprodução/Azul Linhas Aéreas Brasileiras | Imagem: Reprodução/Azul Linhas Aéreas Brasileiras

O BTG Pactual manteve sua recomendação neutra para as ações da Azul (AZUL4), em meio aos recentes rumores de que a companhia aérea iria entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, como fez a Gol (GOLL4).

Apesar disso, BTG Pactual acredita que esse cenário de recuperação judicial na Azul é realmente o menos provável de acontecer.

Diante desta notícia, as ações da empresa recuaram mais de 24%, na última quinta-feira (29). Após esse pregão turbulento, o CEO da Azul, John Rodgerson, desmentiu os rumores e ressaltou que a empresa está financeiramente saudável e em processo de receber novas aeronaves.

Nesta sexta-feira (30), os papéis já reagem positivamente às falas de Rodgerson e subiam 3,10% a R$ 5,74, por volta das 11:20.

Os rumores

A princípio, esses rumores surgiram devido à situação do endividamento apresentado pela empresa no último trimestre. Isso porque, a alavancagem financeira da Azul — com a relação dívida líquida/EBITDA — saltou para 4,5 vezes devido ao aumento das taxas de câmbio.

O BTG Pactual enfatizou que a Azul tem trabalhado com consultores financeiros para explorar uma oferta subsequente de ações que poderia ser associada a um acordo com outra companhia aérea.

Essa incerteza, somada aos resultados do segundo trimestre, levou o banco a rebaixar a classificação da ação para “neutra”.

Além disso, o banco destacou que os arrendamentos de aeronaves se tornaram uma preocupação significativa, especialmente após o término do período de carência para o exercício da dívida conversível.

“As condições atuais do mercado são menos favoráveis do que as estabelecidas no acordo anterior, que tinha um preço de exercício de R$ 36,00, muito superior ao valor de mercado atual das ações”, destaca o BTG.

Embora o BTG Pactual acredite que a Azul possa renegociar esses pagamentos, como fez no passado, ainda há incertezas sobre os termos e condições.

A Azul ainda estuda a possibilidade de adquirir a Gol, sua principal concorrente no mercado doméstico.

Auxílio do governo

Por outro lado, a nem tudo está perdido. “As discussões em andamento com representantes do governo para um programa de auxílio financeiro ao setor, podem animar”, comenta.

O Congresso Nacional aprovou recentemente o financiamento do FNAC, que deverá ter sanção do presidente Lula nos próximos dias, com um orçamento anual de cerca de R$ 5 bilhões.

Contudo, o BTG Pactual decidiu manter sua recomendação neutra para as ações da Azul, destacando que o mercado continuará acompanhando de perto as atualizações sobre a potencial reestruturação de dívida e o impacto de uma possível diluição.