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BB (BBAS3): CFO afasta riscos de interferência política e alterações de estratégia e governança

Marco Geovanne Tobias da Silva detalhou operações do banco estatal, expectativas em relação ao guidance e respondeu a dúvidas pertinentes entre investidores

Sede do Banco do Brasil - Marcelo Camargo, da Agência Brasil
Sede do Banco do Brasil - Marcelo Camargo, da Agência Brasil

Marco Geovanne Tobias da Silva, novo CFO do Banco do Brasil (BB)(BBAS3), detalhou a analistas sobre as operações do banco estatal, expectativas em relação ao guidance, blindagem das operações contra ingerências políticas e outras dúvidas pertinentes aos investidores. 

O guidance

O executivo expôs a manutenção das expectativas em relação ao lucro líquido no ano, entre R$ 33 e R$ 37 bilhões, além da previsão de que o NII (margem financeira) cresça no meio do guidance em torno de 19,0%, com um viés positivo devido a oportunidades de melhora na parte do funding

Para as receitas de tarifas e serviços, o banco espera um resultado mais próximo da faixa média do guidance, o que seria um crescimento de 9,5% ano a ano.

Já para as provisões para crédito (PCLD ampliada), o banco espera que a categoria encerre o ano na faixa alta do guidance, o que representa um total de R$ 23 bilhões. Para Tobias da Silva, as provisões são o ponto de maior cautela, onde existe um maior risco de acontecer algo de pior. 

O que mudou no BB em questões de estratégia e governança?

O executivo, que retornou a instituição após doze anos, afirma que o management tem uma grande preocupação com o preço das ações, já que a remuneração tem caráter 30% variável com 50% da mesma efetuada em papéis, pagos em 4 anos, o que aumenta em muito o alinhamento de interesse com os investidores. 

Na avaliação de Tobias da Silva, hoje, a diretoria consegue focar mais em decisões estratégicas, crescimento de longo prazo e mudanças no planejamento tático se precisar de ajustes. 

De acordo com o CFO, as propostas de negócios que chegam ao conselho vêm de baixo para cima (bottom up) embasadas em opiniões técnicas de todas as áreas envolvidas para discussão e aprovação.

Para ele, a instituição investiu bastante em tecnologia, atento as mudanças tecnológicas em busca de ser mais rápido e eficiente e, hoje, o banco segmenta os negócios em quatro grandes unidades: PJs, PFs, agronegócios e governo.

Com isso, Tobias da Silva avalia que o BB foi capaz de ter uma visão mais voltada ao cliente. 

E quanto a interferência política?

Em outra frente, o CFO comentou que não existe planos para alterar o plano estratégico de cinco anos.

Além disso, o aumento do número de decisões tomadas em colegiados, formalizadas no estatuto da empresa, confere maior maior segurança para estabilidade e consistência da instituição, na avaliação de Tobias da Silva. 

Recomendações

Para o BTG Pactual (BPAC11), o BB deve lucrar R$ 35,5 bilhões neste ano, uma projeção 2% mais otimista que a anterior. Contudo, os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura ainda consideraram-se conservadores.

Eles escrevem que as ações já subiram 28% no acumulado do ano, mas, mesmo na extremidade superior da faixa, BBAS3 ainda negocia seus papéis a um preço muito atraente de 3,3x P/L 23 (rendimento de 12,0%).

Analistas reiteraram a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 61,00.

Já a Genial Investimentos reiterou sua indicação de compra, com preço-alvo de R$ 55,70, com base no modelo de gordon growth, com um ROE de longo prazo de 16,00%, custo de capital próprio (ke) de 17,45% e crescimento (g) de 7,00%.

O BB deve encerrar o ano com um ROE entre 20,0% e 21,0%, com um crescimento de lucros entre 10% a 15% e registrar um nível de capital acima de seus pares.