A famosa companhia de esponja de aço, Bombril (BOBR4), ingressou com pedido de recuperação judicial na última segunda-feira (10). Nesta terça-feira (12), os papéis despencavam 20,87%, a R$ 1,82, por volta de 11h00 (horário de Brasília).
Na primeira hora do pregão, os ativos ficaram em leilão. No acumulado dos últimos 12 meses, os papéis registram queda de cerca de 35%. Só em fevereiro, a queda é de 33%.
Em comunicado ao mercado, a Bombril explicou que enfrenta “contingências tributárias relevantes”, no valor total de R$ 2,3 bilhões. A empresa falou sobre autuações da Receita Federal por uma suposta falta de recolhimento de tributos.
Esses tributos estão relacionados a operações de aquisição de títulos de dívida estrangeiros, realizadas entre 1998 e 2001 pela companhia e pelo grupo empresarial italiano Cragnotti & Partners, que controlava a Bombril na época.
Além disso, a companhia informou que diretoria reavaliou as chances de perda nos processos judiciais e discutiu alternativas para lidar com a situação.
Segundo a Bombril, o risco de perder esses processos representa uma “ameaça aos bons resultados contábeis” que a companhia vem obtendo.
Esse movimento, entretanto, poderia expor a companhia a riscos elevados, como a reavaliação da sua capacidade de pagamento por fornecedores e financiadores, e, no limite, a descontinuidade de relações comerciais e o vencimento antecipado de dívidas.
Por fim, a Bombril acrescentou que o pedido de recuperação judicial tem como objetivo conduzir negociações para ajustar sua estrutura de endividamento, garantir a continuidade operacional das atividades da companhia e proteger seu caixa.