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Brava (BRAV3): produção recorde em fevereiro sustenta alta das ações, mas Genial deixa de recomendar 'compra' - veja porquê

Atualização da companhia sobre venda de ativos frustrou analistas, que esperavam a inclusão de outro polo no processo de desinvestimento

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Brava Energia - BRAV3
Divulgação

As ações da Brava Energia (BRAV3) vivem mais um dia de forte alta. Por volta das 10:43 desta sexta-feira (7), os papéis da companhia subiam 3,42%, cotados a R$ 16,63.

O movimento começou após a companhia atualizar o processo de venda de ativos offshore e é sustentada com dados operacionais da Brava em fevereiro, divulgados nesta sexta-feira (7).

No processo de desinvestimento da Brava, a limitação aos ativos localizados no Estado da Bahia, anunciado pela companhia na última quinta-feira (6), frustrou analistas.

Com isso, a Genial Investimentos optou por recomendar ‘manter’ os papéis BRAV3 ao invés de ‘comprar’.

Entenda os motivos a seguir:

Dados da Brava em fevereiro

Em fevereiro, a empresa apresentou um aumento significativo de 9,2% na produção total líquida, que alcançou 73,9 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed).

Esse crescimento foi impulsionado por uma performance robusta dos principais campos de petróleo da empresa, com destaque para as operações offshore de Atlanta e Papa Terra.

A produção de petróleo, que registrou um aumento de 10,0% em relação a janeiro, atingiu 61,3 mil barris por dia (kbpd), refletindo a maior estabilidade nas operações e um aprimoramento dos níveis de eficiência operacional.

Segundo a XP Investimentos, o aumento sequencial na produção é um indicativo claro de que a companhia está trilhando um caminho sólido rumo ao crescimento, especialmente com os campos de Atlanta e Papa Terra desempenhando um papel central.

Esses ativos offshore não apenas garantem uma parte significativa da geração de fluxo de caixa da Brava, mas também são essenciais para o crescimento da produção nos próximos meses.

Além disso, o Complexo Recôncavo, que produziu 9,8 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed), também apresentou um aumento, com um incremento de 0,9 mil barris, revertendo a queda observada em períodos anteriores.

Desinvestimento da Brava

A atualização da Brava sobre seu processo de desinvestimento atinge diretamente esse Complexo. Assim, tirando de jogada a venda do ativo Potiguar, o que gerou frustrações para analistas.

A Genial Investimentos destaca que a venda do Polo Potiguar, com um valor rumorado de US$ 2 bilhões, poderia ter sido um excelente negócio para a Brava.

O valor estimado para a venda do ativo estava acima do valor de mercado de toda a empresa (cerca de US$ 1,6 a 1,8 bilhões), e sua venda poderia ter destravado valor significativo para a companhia, além de permitir a quitação total da dívida.

No entanto, a falta de compradores para o Polo Potiguar gerou desconforto, levando os analistas a questionarem os fundamentos do ativo e sua verdadeira avaliação.

Por outro lado, a Genial aponta que o Complexo Recôncavo possui um valor estimado entre US$ 500 milhões e US$ 800 milhões, com base na última certificação de reservas.

Apesar de ser uma avaliação mais modesta, o Polo Recôncavo ainda é considerado atrativo em relação ao valor de mercado atual da Brava.

No entanto, sua produção é mais voltada para gás do que para petróleo, o que poderia limitar seu potencial de valorização, especialmente quando comparado aos demais ativos da empresa.

Diante disso, a Genial Investimentos mudou sua recomendação para as ações da Brava. Agora, a casa recomenda ‘manter’ os papéis ao invés de ‘comprar’, enquanto aguarda maior clareza sobre os resultados futuros da Brava, incluindo a certificação de reservas e a evolução de sua produção.