Os números de produção de outubro da Brava Energia (BRAV3) evidenciam um cenário de transição para a companhia, segundo a XP Investimentos.
Durante o mês, a produção total foi de 45,1 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed), o que representou uma queda de 11% em relação a setembro. A produção de petróleo, especificamente, caiu 15%, atingindo 34,3 mil barris por dia (kbpd).
O principal impacto veio do campo de Atlanta, onde o poço nº 4 foi desconectado no início de outubro em preparação para o descomissionamento do FPSO Petrojarl e a instalação do novo FPSO Atlanta.
Essa paralisação temporária foi prevista pela empresa, mas o campo atualmente encontra-se com produção zero após a paralisação do poço nº 5 em novembro.
Apesar das quedas, a Brava Energia teve um alívio no campo de Potiguar, que registrou uma recuperação na produção, saltando de 21,9 kbpd em setembro para 23,9 kbpd em outubro (+10% mês a mês). Esse aumento contribuiu para mitigar os impactos negativos no total da produção.
Para a XP, os números estão alinhados com as expectativas de mercado, uma vez que a maioria das informações já estava disponível no site do regulador e os investidores esperavam uma fraqueza na produção durante o quarto trimestre de 2024.
No entanto, a casa acredita que o panorama pode mudar em dezembro. Isso porque, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) agendou a inspeção final do FPSO Atlanta para o fim de novembro, abrindo caminho para o início da produção no campo no próximo mês.
Além disso, a Brava reafirmou que o campo de Papa Terra, atualmente parado para manutenção de integridade, deve retomar as operações também em dezembro.
Na visão da XP, embora os números atuais reforcem o impacto temporário das mudanças estruturais, o potencial de retomada plena da produção nos dois campos chave pode trazer uma virada positiva para a empresa no final de 2024.