
O BTG Pactual (BPAC11) pode entrar na disputa pela compra de ativos do Banco Master, com as negociações focadas na carteira de precatórios da instituição.
De acordo com o que fontes envolvidas nas tratativas reportaram ao jornal Folha de S.Paulo, todas as possibilidades seguem em discussão com o Banco Central, inclusive a entrada do BTG Pactual no negócio.
A autoridade monetária mantém uma posição alinhada na análise do tema.
De acordo com apuração do periódico, o chairman e sócio sênior do BTG Pactual, André Esteves, negociava com Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, uma proposta que previa o uso do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir eventuais problemas de lastro nas operações de risco do Master, além do pagamento de aproximadamente R$ 3 bilhões pela carteira de precatórios.
No entanto, o avanço da proposta foi interrompido devido à falta de apoio de grandes bancos privados ao uso do FGC.
Em março, Vorcaro informou Esteves sobre as negociações do Master com o Banco de Brasília (BRB)(BSLI3). Na última semana, Vorcaro solicitou uma proposta formal do BTG Pactual, mas esta ainda não foi concretizada.
Apesar do interesse inicial de Esteves em adquirir todo o Banco Master, o executivo manteve o foco na operação de precatórios, e deixou o segmento de crédito consignado para o BRB.
Nesta segunda-feira (31), Esteves se reuniu com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, na sede da autarquia em Brasília (DF). Já nesta terça-feira (1º), Galípolo encontra-se com Vorcaro.
BTG Pactual (BPAC11) e BRB (BSLI3) discutem possibilidades
A reunião de Galípolo com Esteves ocorreu antes do encontro com o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, realizado à tarde.
Também participaram da reunião os diretores Ailton Aquino (Fiscalização) e Renato Gomes (Organização do Sistema Financeiro e de Resolução).
O BRB não se opõe à aquisição dos ativos do Master pelo BTG Pactual, desde que esses não façam parte do arranjo societário já anunciado na última sexta-feira (28). Isso inclui os precatórios e direitos creditórios referentes a ações judiciais.
Segundo fontes do banco, a compra desses ativos pelo BTG faz sentido estratégico.
O BRB avalia que esses negócios estão fora do escopo do acordo com o Master e que a venda dos ativos ao BTG Pactual poderia trazer benefícios ao sistema financeiro.
As tratativas entre o BTG e o Master começaram no ano passado, quando Vorcaro e Esteves discutiram a possível compra da carteira de precatórios e do CredCesta, linha de empréstimos consignados voltada para servidores públicos.
A carteira de precatórios do Banco Master foi estimada em cerca de R$ 7,50 bilhões. Além dela, os ativos não incluídos na negociação com o BRB abrangem direitos creditórios de ações judiciais e participações societárias em empresas.
O Master calcula que esses ativos somam cerca de R$ 16 bilhões, enquanto o BRB estima um montante superior, de aproximadamente R$ 23,0 bilhões, com possibilidade de crescimento.