O BTG Pactual reiterou sua classificação neutra para as ações de Cemig (CMIG4), com o preço-alvo de R$ 14,00 por papel em doze meses, após considerar que a companhia fez mais um desinvestimento bem sucedido com a venda de sua participação de 45% na Aliança Energia para a Vale (VALE3).
A mineradora desembolsou R$ 2,70 bilhões pela fatia.
Analistas valorizam a participação de 45,00% da Cemig na Aliança Energia em um valor patrimonial de R$ 2,30 bilhões.
Ao ajustar os R$ 2,70 bilhões pela taxa básica de juros Selic, enquanto são deduzidos os impostos sobre dividendos e ganhos de capital, chegamos a um valor líquido de R$ 2,2 bilhões, praticamente em linha com as estimativas de BTG Pactual.
No entanto, parece que o consenso atribuiu um valor muito menor à Aliança Energia do que o calculado pelo banco, o que implica em uma forte criação de valor a partir do acordo.
Além disso, o valor contábil para a Aliança Energia encerrou 2023 em R$ 1,170 bilhão, que resulta em um ganho de capital de R$ 1,100 bilhão (líquido de impostos).
Como resultado, o desinvestimento eleva a projeção de lucro líquido de 2024 de R$ 5,00 bilhões para R$ 6,10 bilhões e aumenta a estimativa de rendimento de dividendos de 2024 de 9,10% para 11,00% (assumido um payout de 50,00%).
Por fim, espera-se que a alavancagem de 2024 diminua de 1,27x para 1,17x ND/EBITDA.
Embora o ruído relacionado a uma potencial federalização ainda possa representar um risco para a Cemig (CMIG4), analistas do BTG Pactual creem que as chances dessa agenda avançar são muito pequenas.
Eles também reconhecem as grandes melhorias entregues pela empresa nos últimos anos e o fato de que a Cemig se tornou um dos poucos nomes com rendimentos de dividendos de dois dígitos no setor.
No entanto, neste ponto, veem a Cemig negociar suas ações com um TIR real de 10,10%, semelhante a alguns de seus pares privados, como Equatorial (EQTL3) -10,70%.