A Cielo (CIEL3) registrou um lucro líquido recorrente de R$ 486 milhões no segundo trimestre, uma expansão de 26,8% na base de comparação anual.
O EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), em termos recorrentes, avançou 14% em doze meses e somou R$ 1,045 bilhão.
A margem EBITDA recorrente cresceu 3,6 p.p. em relação a um ano atrás, a 39,6%.
A receita operacional líquida totalizou R$ 2,64 bilhões no intervalo entre abril e junho, uma alta de 4% em relação ao mesmo período de 2022.
Recomendações
A empresa apresentou uma forte evolução nas margens, impulsionado pelo melhor take rate das operações, beneficiado em parte pelo processo de reprecificação dos produtos e a nova regra do intercâmbio para o pré-pago que entrou em vigor no segundo trimestre, avaliou a Genial Investimentos.
Por outro lado, o volume financeiro transacionado (TPV) veio bem abaixo das expectativas, com uma queda trimestral e anual de -2,6% T/T e -11,4% A/A, respectivamente – um reflexo da perda de clientes no período e um cenário macroeconômico ainda desafiador, de acordo com analistas liderados por Eduardo Nishio, head de Research e Finanças.
Para a equipe, apesar do grande avanço na precificação e penetração de produtos de pré-pagamento, os volumes foram bem fracos.
Os dados fazem ressurgir dúvidas em torno de uma robusta recuperação esse ano, principalmente se a competição começar a acirrar no rentável meio da pirâmide de clientes com uma guerra de preços.
A Cateno também reportou volume financeiro fracos com crescimento de apenas 2% ano a ano, o que levou a uma desaceleração da expansão do lucro de 34,00% ano a ano no primeiro trimestre para 15,90% ano a ano agora no segundo trimestre, num total de R$ 284 milhões.
A Genial Investimentos crê que o preço de mercado da Cielo reflete um pessimismo do momento de mercado, e deixa assim o valuation atrativo – as ações CIEL3 são negociadas a atraentes 5,950x P/L 2023E e 5,110x P/L 2024E.
Mas sem nenhum gatilho de curto prazo e volumes bem mais fracos, analistas têm receio de que a competição aumente. Por tanto, apesar dos múltiplos atraentes, a Genial Investimentos rebaixou a recomendação de compra para manter, com o preço-alvo reduzido de R$ 5,65 para R$ 5,15 por ação.