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Copel (CPLE6) planeja privatização. Cemig (CMIG4) e Sanepar (SAPR11) podem seguir o mesmo caminho?

Investidores de Copasa (CSMG3) e Sabesp (SBSP3) também alimentam expectativas por desestatização

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Com o anúncio de que seu acionista controlador, o governo do estado do Paraná, pretende diluir sua participação no capital social a até 15% e deter apenas 10% da quantidade total de votos conferidos pelas ações com direito a voto, a Copel (CPLE6) encerrou a última segunda-feira (21) com uma valorização de 22,06%, ao preço de R$ 8,74.

Com o bom desempenho, o valor de mercado de Copel alcançou R$ 23,1 bilhões – recorde histórico.

À esteira da alta, Cemig (CMIG4) avançou 7,45%, a R$ 11,11, enquanto Sabesp (SBSP3) saltou 7,59%, a R$ 59,40. Copasa (CSMG3) ganhou 5,91%, a R$ 15,53, ao passo que a Sanepar (SAPR11) disparou 14,90%, a R$ 19,43.

Que sinais são dados a partir de agora?

De acordo com a Genial Investimentos, mais simbólico e positivo que a proposta em si seria analisar quem faz e o momento em que se decide levar a proposta adiante.

O analista Vitor Sousa pontua que Ratinho Jr. (PSD) foi governador reeleito no primeiro turno, com ampla maioria na câmara estadual e com forte antecedência a recondução do cargo. Nesse sentido, a corretora analisa Cemig (CMIG4), de um estado em que o governador também foi reeleito em primeiro turno, Romeu Zema (Novo).

Cemig (CMIG4)

A Genial mantém recomendação de compra para Copasa (CSMG3) (saneamento) e manutenção para Cemig, contudo. Eles veem a Cemig como uma empresa com características muito similares à Copel e passa por desafios muito semelhantes:

– uma grande estatal estadual de energia em meio à um mercado restritivo para expansão em novos negócios e

– uma empresa com muita exposição à concessões mais curtas – o que traz um risco a própria rentabilidade e sustentabilidade da empresa no longo prazo.

Para tentar simular o impacto de uma privatização na empresa, oscilaram a atual avaliação da empresa em algumas variáveis, sendo elas:

– Múltiplo EV/BRR da distribuidora em 1,5x – 2,0x (em estimativas, consideram uma BRR de R$19 bilhões para o ano de 2023);
– Múltiplo P/VPA em 1,5x – 2,0x para os ativos que julgam mais interessantes da empresa (Gasmig e Aliança Geração);
– Mantêm a avaliação para os ativos de Geração/Transmissão Inalterados (incluída a fatia remanescente da empresa na TAESA).

Sanepar (SAPR11)

Quanto a Sanepar, dizem ainda não ter chegado a hora de comprar suas ações. A Sanepar tem um valor caso permaneça estatal (por enquanto, o cenário-base) enquanto a Sanepar privatizada tem outro valor, diz a Genial.

À medida que o mercado começa a reprecificar o ativo, uma mudança repentina no humor político do governador ou da assembléia de deputados pode fazer com que o processo seja postergado ou até mesmo cancelado, alerta o analista Vitor Sousa.

Ele relembra que esse foi o problema com a Sabesp (SBSP3), no mandato do ex governador João Dória (PSDB): o ativo apresentou um rally muito forte e começou a ser negociado próximo a sua base de ativos (1x, cerca de R$ 60,00 por ação à época) e devolveu todos os ganhos à medida que o a idéia de privatização foi abandonada pelo governo.

Ou seja, a Genial diz não ser contra comprar uma ação devido a um único gatilho, mas espera que essa compra seja em termos atraentes o suficiente para as perdas serem limitadas caso o melhor dos cenários não venha a se materializar. Sob esse aspecto, o “cavalo” escolhido pela corretora foi o da Copasa (CSMG3).

Eles mencionam que um eventual projeto de privatização da empresa, por enquanto, não está sendo discutido, considerado ou sendo proposto à assembléia estadual à medida que o nome escolhido pelo governo do Estado do Paraná foi a Copel.

Além disso, incertezas quanto a revisão tarifária da Sanepar traz muita dificuldade no processo de avaliação do ativo, à medida que a Genial diz não ter clareza em sua estrutura tarifária.