A Cosan (CSAN3), controlada pelo bilionário Rubens Ometto, considera vender ativos, incluindo sua participação de US$ 2,2 bilhões na Vale (VALE3), como parte de uma estratégia para reduzir sua alta dívida, segundo o jornal Valor Econômico.
A decisão surge após um investimento frustrado na mineradora, que, segundo o banco BTG Pactual, trouxe retornos considerados “medíocres”.
Nesse sentido, a Cosan disse a investidores que todas as opções estão sendo avaliadas para melhorar sua posição financeira, incluindo a possível venda de parte ou de toda sua participação de 4,1% na Vale, uma das maiores mineradoras do mundo.
Além disso, a joint venture da Cosan com a Shell, a Raízen, cogita a venda de seu ativo de distribuição de gasolina na Argentina.
A empresa, que começou com açúcar e etanol, expandiu suas operações para setores como lubrificantes, distribuição de gasolina, transporte ferroviário e fornecimento de gás natural.
No entanto, suas ações caíram mais de 32% desde que o investimento na Vale foi anunciado em 2022, e os papéis acumulam queda de 39% este ano, levando a uma redução de US$ 2,9 bilhões em seu valor de mercado.
Entre os principais desafios enfrentados pela Cosan estão as altas taxas de juros, lucros menores em seu setor de açúcar e etanol, e dificuldades para abrir o capital de suas divisões de lubrificantes e gás.
A oferta pública inicial (IPO) da Moove, unidade de lubrificantes da empresa, foi recentemente anunciada em Nova York, mas isso fez pouco para acalmar os investidores.
A empresa também planeja retomar os planos de IPO da Compass, sua divisão de gás, que poderia gerar novos recursos para a companhia.
O diretor financeiro da Cosan, Rodrigo Araujo, reconheceu a necessidade urgente de desalavancagem, destacando que a redução da dívida é uma prioridade para a empresa.