
A Eletrobras (ELET3; ELET6) informou ao mercado que seu Conselho de Administração decidiu, de forma unânime, aplicar uma advertência ao conselheiro Marcelo Gasparino da Silva.
Trata-se da terceira penalização em menos de um mês, motivada pelo “cometimento de falta grave” e pela repetição de condutas que infringem a Lei das S.A. (Lei nº 6.404/76) e as normas internas da companhia. A advertência ocorre em meio a uma intensa disputa pelas cadeiras do conselho de administração, cuja eleição está marcada para a próxima terça-feira (29).
Gasparino não está entre as indicações da atual administração da Eletrobras para a nova formação do colegiado. Apesar disso, ele segue na disputa como candidato indicado pelos acionistas Geração L. Par, Tempo Capital Principal, RPS e Clave.
Gasparino tem criticado outros conselheiros da Eletrobras em publicações feitas em seu perfil pessoal no LinkedIn. Além disso, pede votos para sua eleição e para a de José João Abdalla Filho.
Segundo a empresa, a primeira advertência ocorreu em 28 de março, devido à postagens realizadas no LinkedIn de 23 a 26 de março. A Eletrobras declarou que tais publicações não estavam alinhadas à veracidade dos fatos registrados em atas.
Além disso, a empresa apontou desrespeito ao sistema de governança corporativa, divulgação de informações sem comprovação e risco de danos à reputação.
Já em 16 de abril, Gasparino recebeu uma nova advertência em razão de novas publicações feitas em 10, 11, 12 e 13 de abril no mesmo perfil. Dessa vez, a infração foi classificada como média, considerando a reincidência e o vazamento de informações confidenciais, o que agravou a situação.
Qual polêmica motivou a advertência da Eletrobras?
A mais recente advertência, divulgada neste sábado (26), refere-se a uma publicação feita em 25 de abril. O episódio foi classificado como uma infração grave, devido à reincidência e à sensibilidade do conteúdo confidencial compartilhado com pessoa externa à empresa.
A pessoa mencionada no comunicado é uma jornalista da Folha de S. Paulo, cuja troca de mensagens foi exposta na rede social do conselheiro. “Como a Folha de S. Paulo não retirou do ar a dolosa matéria que me cita, peço que leiam a íntegra da conversa, e cheguem as suas próprias conclusões”, declarou o conselheiro.
Segundo capturas de tela divulgadas pelo próprio Gasparino, ele teria enviado documentos confidenciais à repórter e, posteriormente, solicitado a inclusão de informações na matéria sobre o assunto.
No relatório anexo ao comunicado, o Conselho de Administração também cita a repercussão negativa na imprensa e o impacto à reputação da companhia, mencionando inclusive uma nota de repúdio emitida pela Abraji, em razão da exposição da jornalista da Folha de S. Paulo.
Nas últimas semanas, a Eletrobras enviou ainda cartas aos acionistas, nas quais criticava pronunciamentos “oportunísticos, midiáticos e intempestivos”, sem, no entanto, mencionar diretamente o nome de Gasparino.