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Eneva (ENEV3): Como o BTG avalia a posição da companhia no 'leilão da Eletrobras' (ELET3)(ELET6)?

Na região Norte, a Eneva (ENEV3) ganhou 591 MW no preço máximo, com a garantia de R$ 1,92 bilhão em receita fixa

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Na última sexta-feira, o governo federal realizou o leilão de reserva de energia para contratação de 2GW de nova capacidade térmica a gás, dos quais 1 GW estava previsto para ser leiloado na região Norte, com os 1GW restantes no Nordeste (300MW no Maranhão e 700MW no Piauí).

O evento ocorreu porque sua realização foi condição incluída na lei de privatizações da Eletrobras (ELET3)(ELET6), e contemplou PPAs de 15 anos, com 70% de inflexibilidade e preço máximo de R$ 444/MWh.

Na região Norte, a Eneva (ENEV3) ganhou 591 MW no preço máximo, com a garantia de R$ 1,92 bilhão em receita fixa. E a companhia vai utilizar sua produção onshore de gás do campo de Azulão.

Em esclarecimentos ao BTG Pactual, a Eneva disse ter optado pela quantidade de megawatts pelo risco de enfrentar um concorrente com a licitação de um pequeno projeto a um preço mais baixo.

De acordo com as regras do leilão, mesmo que o rival dispusesse menor capacidade (que foi o caso da GPE), a concorrência pelo mesmo MW poderia
derrubar os preços para todos os participantes.

Assim, a Eneva preferiu garantir o teto de preço de R$ 444/MWh, e maximizar o retorno, apesar de ter reservas suficientes para 1 GW.

Executivos avaliaram que seria um desafio garantir o fluxo de gás para tal capacidade, considerada a inflexibilidade de 70%, o que obrigaria a Eneva a perfurar poços adicionais e aumentar os custos e a complexidade do projeto.

Além disso, Azulão I – que não tem inflexibilidade – pode ajudar a mitigar esse risco.

Em poucas palavras, a Eneva tem as ferramentas para definir maior ou menor despacho térmico de Azulão I, que pode ser utilizado para contrabalançar
quaisquer riscos (ou vantagens) relacionados à produção de gás, afirma o BTG.

Para licitar 1GW, a Eneva teria transferir o PPA de Azulão I para o sítio da UTE Celse ou Termofortaleza.

Ou seja, seria então ter dois projetos construídos simultaneamente em estados diferentes, o que aumentaria a complexidade da engenharia. Finalmente, (iv) um projeto maior exigiria capex adicional, e pressionaria o balanço da empresa.

Em razão disso, o BTG Pactual reiterou a recomendação de compra para ENEV3, com preço-alvo de R$ 16,00 em doze meses.