O número de pedidos de recuperação judicial (RJ) de empresas tem aumentado no Brasil. De janeiro a outubro do ano passado (último dado disponível), 1.128 companhias recorreram a RJ, o que corresponde a um aumento de 61,8% em relação ao mesmo período de 2022, segundo informações da Serasa Experian.
Desse total, as micro e pequenas empresas lideraram os pedidos de recuperação judicial no País. A maior quantidade de requisições veio do setor de serviços, seguido do varejo e da indústria.
O sócio-diretor da Nordex Consultoria Empresarial, Eduardo Bazani, explica que a RJ é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários.
“A recuperação judicial é a maneira como hoje é conhecida a concordata. Acontece quando a companhia, com dificuldades de quitar seus compromissos, fecha um acordo com seus credores para negociar a dívida e, finalmente, recuperar a estabilidade financeira”.
Segundo Bazani, a crise econômica, agravada com a chegada da Covid 19, e alguns outros fatores mercadológicos e administrativos justificam o aumento do número de pedidos de recuperação judicial no Brasil.
“A pandemia, que remodelou o mercado, as taxas de juros altas, persistentes por longo período, trouxeram a necessidade de uma nova habilidade aos gestores para o enfrentamento de crises. Grande número de empresas, que eram geridas em mar mais calmo, não conseguiram manter o negócio no ambiente de turbulência, deixando de tomar medidas importantes e doloridas”, enfatiza.
Segundo Bazani, o melhor cenário que as empresas podem adotar é implementar medidas e ações para prevenir a crise, ou seja, “adotar uma reestruturação empresarial como papel estratégico para promover a modernização do negócio, proporcionar eficiência na gestão e no mercado de atuação, visando aumentar lucros e diminuir gastos. Pode-se dizer que é uma estratégia para reorganizar a empresa, aplicar medidas preventivas e corretivas, a fim de causar melhorias em todos os setores, evitando crises”, conclui.