Por volta das 10:57 desta quinta-feira (10), a CSN (CSNA3) recuava 3,00%, a R$ 27,13. O movimento de queda ocorria um dia após a empresa reportar os números de seu balanço financeiro referente ao quarto trimestre do ano passado.
Para a Genial, os resultados vieram abaixo do esperado. O lucro de R$ 1,06 bilhão no período representa uma retração de 19,9% na base de comparação trimestre a trimestre e uma forte perda de 72,8% a/a. A corretora recomendou manter as ações com preço-alvo de R$ 30,00 – potencial de valorização de 7,26% sobre o fechamento ontem (R$ 27,97), 9.
E os indicadores de receita e EBITDA foram igualmente decepcionantes para os analistas.
A menor receita reflete justamente a menor participação da mineração e na parte dos custos, de modo geral, todos os segmentos foram fortemente afetados, por exemplo, pelos preços das commodities, com carvão em níveis altíssimos, a crise energética do ano passado, aumento dos preços do petróleo aumentando custo de transporte, dentre outros. Ou seja, fatores inflacionários pesaram bastante nos números da companhia.
Em termos de receita, a empresa atingiu R$ 10,4 bilhões (+ 1,1% t.t e + 5,8% a.a), que reflete em parte os números abaixo dos estimados para mineração, porém com boas notícias para cimentos, cuja contribuição passa a se tornar cada vez mais relevante.
Já em termos de custos, alcançou R$ 5,98 bilhões (+ 10,6% t.t e + 33,6% a.a), que refletem os impactos inflacionários e os gastos com insumos em níveis recordes (alta de preços de carvão e coque, além da menor diluição de custos fixos na mineração com queda de produção).
Como consequência do baixo crescimento de receita com forte expansão dos custos, atingiu-se um EBITDA de R$ 3,73 bilhões (- 13,2% t.t e – 21,3% a.a) com uma margem EBITDA que caiu para 36,0% (-6,0 p.p t.t e -12,4 p.p a.a), resumida nos efeitos de:
1) sazonalidade do período (mais chuvas impactam mineração e cimento);
2) custo do frete em patamares ainda elevados;
3) custos altos de matérias-primas como carvão e coque.
A Genial detalhou em pontos positivos e negativos os números da CSN (CSNA3). Veja:
Pontos positivos
Vendas maiores na siderurgia, atingindo 1024k ton vendidas no 4T21 (+4% t.t) resultado de um aumento das vendas nos mercados de distribuição e de aços para construção, também auxiliado pelo mercado externo;
Receita maior na siderurgia, atingindo R$ 7,65b no 4T21 (+0,3% t.t), com maior participação do mercado externo cujos preços aumentaram enquanto os internos caíram;
Boa performance da logística portuária, que crescendo seu EBITDA e melhorando a margem;
Vendas da CSN Cimentos no 4T21 atigindo 1336 Kt (+8,8% t.t), já incorporando os resultados da Elizabeth Cimentos que respoderam por 20% das vendas no período;
Baixo nível de endividamento, com Dívida Líquida/EBITDA = -0,59x;
Aumento com gastos de investimentos alcançando R$ 965m no 4T21 (+21,0% t.t), em linha com o planejamento de aprimoramento de produtividade e modernização da planta UPV.
Pontos negativos
Apesar de ter Dívida Líquida/EBITDA = 0,76x (< 1,0x meta da empresa), a companhia ainda fica exposta a variações cambiais, tendo seu endividamento líquido acrescentado em R$ 2,1b no 4T21, ficando com dívida líquida total de R$ 16,77b, acima do guidance esperado em 2021;
Menor volume de vendas na mineração, em virtude da parada programada no porto Tecar e o alto nível de umidade no período, alcançando 7,7 Mt no 4T21 (-5,7% t.t e -10,6% a.a);
Maiores gastos provenientes dos insumos comprimindo as margens;
Resultados piores na logística devido às chuvas registradas que impactaram o volume de mercadorias transportadas;
Paralisação programada fez com que a parte de energia tivesse desempenho inferior.