Às 10:25 desta sexta-feira (26), as ações da Gol (GOLL4) despencavam 14,29%, ao preço de R$ 5,52, em repercussão à notícia de que a aérea entrou com um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Falências dos Estados Unidos, no processo chamado Chapter 11.
Em relatório assinado pela analista Danielle Lopes, e publicado no dia 16 de janeiro, a Nord Research apostou que a companhia deve buscar os mesmos caminhos da LATAM, quando a rival pediu recuperação judicial em 2020.
Para Lopes, o maior temor estaria relacionado à possibilidade da Gol conseguir as mesmas condições que a Latam na época: não pedir RJ no Brasil, mas incluir as dívidas brasileiras na Corte norte-americana.
“Se isso realmente acontecer, pendências trabalhistas de consumidores e outros créditos bancários e de fornecedores podem ser suspensos ou até mesmo não serem pagos”, afirma.
Lopes relembra que, no início do processo de RJ da Latam, a companhia detinha cerca de US$ 18 bilhões em dívidas, e saiu da RJ, ao final de 2022, com as dívidas 35% menores, aporte extra por três fundos credores e diluição dos acionistas minoritários.
Casa sigo os mesmos passos, na avaliação da analista, a Gol imagina que o processo de recuperação judicial fora do país seja mais rápido, além de oferecer melhores condições de financiamento e negociações de longo prazo.
Ao comparar os resultados de Gol (GOLL4) com o desempenho de sua concorrente mais próxima, listada em Bolsa, a Azul (AZUL4), Lopes afirma ver o mesmo comportamento nas duas áreas: “uma enorme tragédia”.
No relatório, Lopes afirma que o setor aéreo está altamente sensível a eventos externos, como a pandemia de COVID-19, que fez o governo federal liberar enormes volumes de dinheiro para ajudar o setor a (minimamente) “parar em pé”, além do alto impacto nas flutuações do preço do petróleo (combustível é um dos maiores custos operacionais).
Os custos da companhia cresceram em média 20% após todos esses fatores e a sua receita não acompanhou.
“Além disso, o setor tem enfrentado uma enorme competição nos últimos anos. No final, todas competem apenas para sobreviver, e não para crescer”, destacou.
“Não nos assusta saber que o final da empresa será o mesmo de muitas outras do setor, mas nos preocupam os impactos nos investidores minoritários, a ausência de uma boa análise dos resultados, do setor e das complicações futuras”, completou Lopes.
Leia o relatório completo aqui.