Faltando cinco dias para a definição final do empréstimo (DIP) a ser validado à Gol (GOLL4) dentro do seu processo de recuperação judicial, diversos fundos especializados estão estudando a possibilidade de fazer uma oferta que irá competir que os recursos já levantados pela holding Abra junto aos seus credores, segundo fontes informaram ao Valor Econômico. O tema tem despertado atenção, mas, até o momento, nenhuma proposta teve veredicto final.
O DIP, modelo de empréstimo que dá prioridade no recebimento ao credor que fornece esse recurso, foi concedido à Gol pelos debenturistas da Abra com vencimento em 2028.
No total, foram levantados US$ 950 milhões, dos quais US$ 350 milhões já foram liberados para a aérea conseguir manter suas operações.
Um dos possíveis candidatos a fazer uma proposta para competir com o recurso já levantado pela Abra são os bondholders de 2026. Esses credores já iniciaram uma disputa contra a aérea na formulação do DIP. Mas fontes destacaram que, internamente na Abra, eles veem com pouca chance de o grupo conseguir levantar quase US$ 1 bilhão que já foi garantido.
A audiência com a Justiça de Nova York para tratar do DIP estava marcada para o dia 15, mas foi transferida para o dia 28 de fevereiro. Caso consiga a aprovação da Corte no dia 28, a Gol poderá acessar a segunda tranche de US$ 150 milhões do DIP.
Paralelo às movimentações envolvendo a entrada de novos financiadores ao DIP da Gol, diversos credores já questionaram a estrutura feita pela aérea para o recurso. Entres as manifestações já enviadas estão Bradesco, BB e Santander, além das reclamações feitas pelos bondholders de 2026.
Em documento à Justiça de Nova York, os bondholders de 2026 argumentam que seus papéis não receberam as devidas garantias e pediram para que a marca Smiles também entre no processo, além de outras compensações.
Eles disseram, ainda, que foram prejudicados pela holding Abra (controladora da Gol e Avianca), cujos acionistas estariam por trás dos atuais financiadores do empréstimo concedido à Gol – um movimento que, segundo fontes, seria uma forma de manter o controle da aérea após o fim da recuperação judicial. Há ainda um total de US$ 251,2 milhões em notas Gol 2026 restantes.
Já no lado das instituições financeiras, questionam-se as garantias usadas pela Gol para a composição do seu empréstimo. Entre as garantias que, na visão dos bancos, não devem ser usadas na composição da lista prioritária (“priming”) do DIP estão os recebíveis de cartão de crédito.
As informações são do Valor Econômico.