O Grupo Soma (SOMA3) concluiu uma oferta de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e levantou R$ 625 milhões com a emissão, sob coordenação líder da XP e do Santander.
Na oferta pública, foram distribuídos 625 mil certificados, em três séries, com valor unitário de R$ 1 mil, incluindo exercício total de um lote adicional – a emissora optou por aumentar em 25% a quantidade de CRIs ofertados inicialmente.
A princípio, esses recursos vão ser usados para integralizar debêntures que haviam sido emitidas pela empresa. A estratégia vai melhorar o perfil de endividamento do Grupo Soma.
A emissão contou com participação maciça de investidores pessoa física nas três séries – foram 7,6 mil subscritores com esse perfil.
Uma alta na demanda pelos certificados da Soma coincide com uma corrida por esse tipo de título, isento de imposto de renda para o investidor, após a publicação de novas regras do Conselho Monetário Nacional (CMN) que reduziram a flexibilidade de lastros para ofertas de CRIs e CRAs.
A ideia foi restringir as emissões a produtos diretamente ligados ao agronegócio (no caso de CRAs e das LCAs) e ao setor imobiliário (no caso dos CRIs e das LCIs), atacando uma alegada distorção no mercado de capitais e reduzindo o tamanho da renúncia fiscal por parte do governo federal com a isenção tributária concedida às aplicações.
Na prática, isso gerou reflexos imediatos na oferta dos produtos e no comportamento do mercado.
O governo fez um ajuste na resolução. As mudanças voltam a permitir lastros que haviam sido vedados, como alguns tipos de CRIs de aluguel, desde que diretamente relacionados ao agronegócio e ao setor imobiliário.