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Hapvida (HAPV3) salta 16% desde o balanço do segundo trimestre. Vale a pena investir?

Números mostraram uma aceleração significativa nas adições líquidas orgânicas e tendências de sinistralidade que superaram seus pares listados, dizem analistas

Hapvida - Divulgação
Hapvida - Divulgação

Os resultados do segundo trimestre da Hapvida (HAPV3) mostraram uma aceleração significativa nas adições líquidas orgânicas e tendências de sinistralidade que superaram seus pares listados, diz o Itaú BBA. 

Analistas ligam isso a uma melhoria crucial na divulgação de resultados e comunicação durante a teleconferência de resultados, o que aumentou a confiança dos investidores na empresa e levou a uma visão mais construtiva sobre as ações, e isso impulsionou uma alta de 16% das ações desde então.

O Itaú BBA diz que o bom momento macroeconômico visto durante o primeiro semestre de 2022 superou as expectativas e gerou um crescimento sólido no setor de saúde, mas essa tendência provavelmente vai  enfraquecer no segundo semestre de 2022 e 2023, em vista de uma potencial geração de empresa menor no país.

Dito isso, a evidência da forte competitividade da Hapvida (devido à sua verticalização) em comparação com seus pares (que sofrem com altos índices de sinistralidade) e as sinergias de receitas oriundas da fusão começam a aparecer.

De acordo com o Itaú BBA, esses pontos levam os analistas a acreditar que os ganhos de participação de mercado provavelmente continuarão.

Destacam ainda que a empresa tem negociado aumentos de preços com seus clientes, mas não tem sido fácil.

A migração para planos de saúde em formato de co-participação ou com maior representatividade das operações verticalizadas são uma forma de os clientes mitigarem o impacto de reajustes significativos de preços.

A conclusão foi menor crescimento de preço (ticket médio), mas com impacto praticamente neutro quando observado o lucro bruto por beneficiário.

No curto prazo, espera-se que a frequência de utilização dos planos permaneça acima dos níveis médios devido ao acúmulo de procedimentos não urgentes por causa da pandemia de Covid-19.

Por outro lado, maiores custos com pessoal após reajustes salariais (em linha com a inflação do ano anterior) devem pressionar a sinistralidade no terceiro trimestre, ressalta o Itaú BBA. 

Analistas estimam que a sinistralidade caia para 67,2%, um ritmo mais lento do que em premissa anterior de 66,2% devido à maior participação das regiões Sudeste e Sul no crescimento projetado e pressão do novo salário-mínimo nacional para enfermeiros e técnicos.

Apesar das revisões e das tendências que seguem a pressionar sinistralidade, o Itaú BBA mantém indicação de “compra” para HAPV3 devido ao seu atual potencial de valorização, e rola o preço-alvo de R$ 10 para o fim de 2023, ante término em 2022.

Dito isso, ressaltam que – com um ambiente altamente volátil e a ânsia dos investidores em ver resultados positivos de curto prazo – em caso de decepções nos resultados trimestrais (principalmente em crescimento orgânico) provavelmente levarão a reações desproporcionais de preços do ativo.