O Ibovespa voltou a registrar perdas após dois dias de alta, caindo 0,12% e fechando aos 134.960,19 pontos. O movimento foi puxado por baixas nas gigantes Vale, Petrobras e grandes bancos. Ao mesmo tempo, as ações da Azul continuaram a decolar, com ganhos expressivos pela terceira sessão consecutiva.
Enquanto isso, o dólar comercial recuou 0,39%, encerrando o dia cotado a R$ 5,48. O cenário geral de incerteza continua a moldar o comportamento dos investidores, especialmente em função das decisões iminentes de política monetária tanto do Banco Central brasileiro quanto do Federal Reserve dos EUA.
Expectativa em torno das decisões do Federal Reserve e Banco Central
O mercado está à espera da decisão do Federal Reserve (Fed) americano, marcada para amanhã. A expectativa é que o banco central dos Estados Unidos possa realizar o primeiro corte na taxa de juros desde 2020. Esse movimento de relaxamento monetário ocorre em meio a sinais de desaceleração da economia americana, mas ainda sem evidências claras de recessão.
Já no Brasil, a Selic deve seguir um caminho oposto. Segundo pesquisa da XP Investimentos com 30 gestores multimercados, a expectativa é de uma alta de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o que elevaria a taxa básica de juros para 10,75%. Contudo, há divergências sobre o futuro: 50% dos gestores acreditam que a Selic encerrará o ano em 11,75%, enquanto outros projetam valores entre 11% e 12%.
Essa incerteza levou a um dia de ajustes e redução de risco no mercado brasileiro. “Com decisões importantes sobre a taxa de juros a caminho, o mercado está reduzindo risco para interpretar os comunicados com mais calma”, explicou Andre Fernandes, sócio da A7 Capital.
Bolsas mistas nos EUA com expectativa sobre o Fed
Nos Estados Unidos, os principais índices da bolsa de Nova York oscilaram, refletindo a incerteza em torno da decisão do Fed. Investidores estão divididos quanto ao tamanho do corte de juros que será anunciado. Enquanto alguns apostam em uma queda de 0,50 ponto percentual, outros acreditam que o Fed começará de forma mais gradual, com uma redução de 0,25 ponto percentual.
O que está em jogo, além do corte em si, é o posicionamento do comitê de política monetária americano e as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em sua coletiva de imprensa pós-decisão. As palavras de Powell serão fundamentais para guiar as expectativas do mercado sobre os próximos passos do banco central.
Queda da Vale e Petrobras pesa no Ibovespa
De volta ao Brasil, o Ibovespa foi pressionado pelas quedas das gigantes Vale e Petrobras. A Vale (VALE3) encerrou o dia com queda de 0,48%, enquanto a Petrobras (PETR4) caiu 0,46%, mesmo com a alta no preço do petróleo. Esse movimento negativo das duas maiores companhias da bolsa foi suficiente para manter o Ibovespa no vermelho durante grande parte da sessão.
Os bancos também contribuíram para o desempenho negativo. Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,63%, Bradesco (BBDC4) caiu 0,65%, e Itaú Unibanco (ITUB4) teve baixa de 0,24%. No entanto, o destaque positivo ficou com Santander (SANB11) e a própria B3 (B3SA3), que subiram 0,10% e 0,82%, respectivamente, contrariando a tendência do setor financeiro.
Azul decola e varejistas oscilam
O setor aéreo foi o grande destaque do dia, com as ações da Azul (AZUL4) continuando sua impressionante sequência de alta. Desde a última sexta-feira, as ações da companhia já acumulam uma valorização superior a 22%. Hoje, a Azul registrou uma nova alta de 13,84%, impulsionada por boas perspectivas em torno das negociações de sua dívida.
Entre as varejistas, o desempenho foi misto. Lojas Renner (LREN3) caiu 1,50%, após um rali de cinco dias consecutivos de alta. Já Magazine Luiza (MGLU3) avançou 1,63%, se recuperando após recentes quedas.
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O dia também foi marcado pela queda de 1,36% nas ações da São Martinho (SMTO3), após um corte de recomendação por analistas.
Super Quarta: decisões cruciais no radar
Amanhã será um dia decisivo para os mercados globais, com a chamada “Super Quarta”, quando tanto o Fed quanto o Banco Central brasileiro anunciarão suas decisões sobre as taxas de juros. Enquanto o mercado aguarda ansiosamente por essas definições, a volatilidade deverá ser uma constante.
Seja qual for a decisão, o impacto será profundo não apenas para o Ibovespa, mas para o cenário econômico global como um todo. A pergunta que fica no ar é: a “Super Quarta” trará mais certezas ou apenas alimentará novas dúvidas?
FAQs
O que é o Ibovespa?
O Ibovespa é o principal índice de ações da B3, a bolsa de valores brasileira. Ele reflete o desempenho das ações das maiores e mais negociadas empresas listadas na bolsa.
Como a decisão do Federal Reserve afeta o Ibovespa?
A decisão do Fed sobre a taxa de juros influencia o fluxo de investimentos globais. Se o Fed reduz os juros, pode atrair mais investimentos para mercados emergentes como o Brasil, o que impacta diretamente o Ibovespa.
Por que a Vale e a Petrobras influenciam tanto o Ibovespa?
Vale e Petrobras são duas das maiores empresas listadas no Ibovespa. O desempenho dessas companhias tem um peso significativo no índice devido à sua relevância econômica e ao volume de negociações.
Qual a expectativa para a Selic?
A expectativa é que o Banco Central aumente a Selic em 0,25 ponto percentual, elevando a taxa para 10,75%. No entanto, há incerteza sobre o nível final da Selic ao longo de 2024.
Por que a Azul está subindo tanto?
A Azul vem registrando ganhos expressivos devido às boas perspectivas em relação à renegociação de sua dívida e ao desempenho operacional da companhia.
O que é a Super Quarta?
A Super Quarta é o dia em que tanto o Federal Reserve quanto o Banco Central do Brasil anunciam suas decisões sobre as taxas de juros, gerando grande impacto nos mercados globais e locais.
O Ibovespa encerrou o dia em queda, influenciado pelas perdas em ações de grandes empresas como Vale e Petrobras, enquanto o setor aéreo, com destaque para a Azul, surpreendeu positivamente. A expectativa está voltada para a “Super Quarta”, que promete ser um divisor de águas tanto para o mercado brasileiro quanto para o global. Seja qual for o resultado das decisões de política monetária, o impacto será sentido no curto e longo prazo.
Ipê Investimentos
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