O Ibovespa (IBOV), principal índice acionário da B3, encerrou a quinta-feira (13) com uma queda de 0,31%, aos 119.567,53 pontos. O movimento, apesar de negativo, aponta uma retração menor que a registrada na véspera (baixa de 1,40%, aos 119.936,02 pontos, uma perda de 1.699,04 pontos).
Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, e Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento e Orçamento, declararam, no dia, que as pastas trabalharão pela aceleração de uma agenda de corte de gastos. As sinalizações arrefeceram o mau humor dos investidores.
Os discursos sucedem uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que o petista atrelava o cumprimento da meta fiscal ao aumento de receitas e à queda dos juros, sem mencionar um freio nas despesas das contas públicas.
Agora, o mercado financeiro cobra um aceno do mandatário à sua equipe econômica. O cenário político se atrela ao difícil cenário macroeconômico, em um momento de taxa Selic mais alta e o aumento do endividamento e do risco fiscal do país.
Nesse sentido, a Guide Investimentos reduziu o target do Ibovespa para 140 mil pontos (de 155 mil pontos).
“Com a queda menor que o esperado da Selic e com o endividamento crescente do governo, o espaço para que o fluxo migre para o mercado de ações no curto prazo fica baixo. Além disso, a queda nos juros no exterior, particularmente nos EUA, deve ocorrer bem mais tarde do que projetávamos anteriormente”, declarou Fernando Siqueira.
Siqueira cita ainda o fluxo estrangeiro como um fator que pesa sobre o índice, uma vez que tem sido negativo na maior parte do tempo em 2024.
“Inicialmente os resgates estavam associados à menor expectativa de corte de juros nos EUA. Já nos últimos dias, acreditamos que os resgates estão associados à deterioração da situação fiscal do Brasil, além de menor expectativa de corte de juros por aqui e ruídos políticos. Ainda acreditamos que a
confirmação dos cortes de juros nos EUA e Europa podem ajudar à trazer de volta do fluxo estrangeiro”, afirma.
Apesar do valuation descontado e do crescimento dos lucros nos últimos meses, a Guide Investimentos acredita que a recuperação do mercado de ações no Brasil deve ser mais lenta que projetávamos anteriormente. Os juros mais altos, tanto no Brasil quanto no exterior, têm pressionado o mercado em 2024.
“Além disso, o fluxo para o mercado de ações sofre com a concorrência de novos produtos como fundos imobiliários, fundos de infraestrutura, Fiagros, além de produtos de investimento no exterior, como criptoativos e ETFs de índices estrangeiros”, conclui.