Economia

DÓLAR HOJE - Tensão no Oriente Médio, PMIs pelo mundo e contas do Governo Central no Brasil influenciam câmbio, com falas de Campos Neto no radar

Dólar comercial (compra) inicia o dia em alta e está cotado a R$ 5,46

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ATUALIZAÇÕES:

  • – 9:12: Dólar comercial (compra): +0,40%, cotado a R$ 5,466.

Na sessão anterior

Na última quarta-feira, 2 de setembro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,36%, cotado a R$ 5,44.

O que gerou esse movimento de queda?

O aumento da nota de crédito do Brasil pela Moody’s foi o principal fator para a queda do dólar, embora a moeda estivesse em alta no exterior devido ao conflito no Oriente Médio e aos dados positivos de empregos nos EUA, com 143.000 vagas criadas em setembro, acima da estimativa de 120.000, de acordo com um relatório do setor privado ADP.

O mercado financeiro permanece em alerta com a questão fiscal no Brasil e julga a classificação da agência como precipitada.

Globalmente, as atenções estão na possível resposta de Israel aos ataques do Irã, com apoio dos EUA.

Brasil

Nesta quinta-feira (3), o mercado financeiro local observa as contas do Governo Central em agosto, com a divulgação dos números pelo Tesouro Nacional.

Além disso, S&P Global apresenta o Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto de setembro, enquanto a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informa o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) em setembro.

Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participa de dois eventos públicos nesta quinta-feira (3): uma palestra na Princeton University (13:30) e uma participação na BlackRock (18:00), em São Paulo.

Na quarta-feira (2), ele destacou a necessidade de um ajuste fiscal no Brasil para possibilitar juros mais baixos.

Além disso, Campos Neto mencionou que, embora a inflação tenha melhorado, existe uma preocupação com a inflação de serviços intensivos em mão de obra.

Ainda mais, o presidente do Banco Central comentou que o Brasil registra um volume elevado de crédito subsidiado, o que enfraquece a política monetária e eleva o juro neutro para 4%-5%.

Externamente, ele observou que tanto o republicano Donald Trump quanto a democrata Kamala Harris têm propostas inflacionárias e que o crescimento da China pode ser limitado por restrições às exportações.

Com informações de Bom Dia Mercado.

Up no rating

A decisão da Moody’s de elevar o rating do Brasil impulsionou o Ibovespa e reduziu prêmios de risco no câmbio e nos juros futuros. No entanto, a desconfiança persiste.

Enquanto a equipe econômica de Fernando Haddad comemorava o upgrade, economistas criticaram a agência por priorizar o crescimento em vez dos riscos fiscais, que ainda preocupam o mercado financeiro.

Fernando Genta, da XP Investimentos, disse que a perspectiva positiva da Moody’s parece absurda, já que o cenário fiscal brasileiro se demonstra cada vez mais desafiador.

Marcelo Fonseca, da Reag, acredita que a Moody’s considerou reformas estruturais passadas, mas a sustentabilidade da dívida piorou nos últimos dois anos.

Mansueto Almeida, do BTG Pactual, considera que a Moody’s deu um voto de confiança excessivo ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem clareza sobre como controlar as despesas obrigatórias.

Samuel Pessôa, do FGV-Ibre, afirmou que o grau de investimento está distante e prevê que a Moody’s pode rebaixar o Brasil em dois ou três anos.

A equipe econômica, no entanto, confia que o Brasil pode recuperar o grau de investimento antes de 2026, desde que cumpra suas metas fiscais.

Com informações de Bom Dia Mercado.

Reintegra

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 7 votos a 2, validar a norma que permite ao Poder Executivo ajustar a alíquota de apuração de créditos do programa federal de exportação, entre 0,10% e 3,00%.

Em caso de derrota, a ação teria um impacto de R$ 49,90 bilhões nas contas públicas, conforme estimado pela Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) de 2024.

Lucros no exterior

O STF começa a votar nesta sexta-feira (4), uma ação sobre a tributação de lucros no exterior.

A Corte vai decidir se os tratados internacionais firmados pelo Brasil impedem a cobrança de Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre lucros de empresas estrangeiras controladas por empresas brasileiras.

O julgamento começou em maio, com o voto do relator André Mendonça a favor da posição do STJ, que defende a tributação no país de origem dos lucros.

O julgamento foi suspenso após pedido de vista.

Imposto para multinacionais

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara uma medida provisória (MP) para implementar o imposto complementar sobre multinacionais estrangeiras que operam no Brasil, segundo fonte da Receita Federal informaram ao Valor Econômico.

Em 2021, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) firmou um acordo com mais de 140 países para aplicar um imposto mínimo global de 15% sobre multinacionais, para evitar a transferência de lucros para países com taxas menores.

A princípio, o imposto vai ser aplicado a multinacionais com faturamento acima de 750 milhões de euros anuais.

EUA

Nesta quinta-feira (3), o mercado norte-americano observa o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto de setembro.

Além disso, o volume de pedidos de auxílio-desemprego na semana e o Índice ISM do setor de serviços em setembro.

Europa

Zona do Euro – O PMI de serviços da zona do euro caiu de 52,90 em agosto para 51,40 pontos em setembro, o menor nível em sete meses, segundo a S&P Global e o Hamburg Commercial Bank.

Apesar da queda, o resultado ficou acima da estimativa preliminar e da previsão de analistas, ambos em 50,5.

O PMI composto, que inclui serviços e indústria, recuou de 51,00 para 49,60 pontos, também o menor patamar em sete meses, mas acima da prévia de 48,90 e da previsão de 49,20.

Leituras acima de 50 indicam expansão; abaixo, contração.

Alemanha – O PMI de serviços da Alemanha caiu de 51,20 em agosto para 50,60 pontos em setembro – o menor nível em seis meses, segundo a S&P Global e o Hamburg Commercial Bank.

O resultado confirmou a estimativa preliminar e a projeção de analistas.

O PMI composto da Alemanha, que inclui serviços e indústria, recuou de 48,40 para 47,50 pontos, o menor patamar em sete meses.

Apesar da queda, o resultado final superou a estimativa inicial de 47,2.

Leituras acima de 50 indicam expansão, enquanto abaixo de 50 sinalizam contração.

Reino Unido – O PMI de serviços do Reino Unido caiu de 53,70 em agosto para 52,40 pontos em setembro, abaixo da leitura preliminar e da projeção de 52,8, segundo a S&P Global.

O PMI composto, que inclui serviços e indústria, também recuou de 53,80 para 52,60, abaixo da estimativa inicial de 52,90.

Apesar das quedas, ambos os índices indicam que a atividade britânica continua em expansão.

Ásia

Japão – O PMI composto do Japão caiu de 52,90 em agosto para 52,00 pontos em setembro, segundo a S&P Global e o Jibun Bank, acima de 50 como um indicador de expansão da atividade.

O PMI de serviços recuou de 53,70 para 53,10 pontos.

A economia de serviços registrou crescimento moderado, parcialmente compensado pela contração na produção industrial.