Ações

IBOVESPA HOJE - Boletim Focus, incertezas sobre tarifas e juros do Brasil e dos EUA são destaques

Índice se mantém acima de 127.000 pontos, com alívio nas tarifas de Donald Trump e projeções para a macroeconomia brasileira no radar

Sobre o Apoio

Ipê Investimentos Investimentos Acessar site
ibovespa
-

ATUALIZAÇÕES DE MOVIMENTAÇÕES DO IBOVESPA:

  • Fechamento: Ibovespa: +1,39%, aos 129.453,91 pontos.
  • – 10:04: Ibovespa (IBOV): +0,02%, aos 127.713,08 pontos.

Na sessão anterior…

Na última sexta-feira (11), o Ibovespa (IBOV), principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira, encerrou o pregão em alta de 1,05%, aos 127.682,40 pontos.

Brasil

Nesta segunda-feira (14), o mercado financeiro local observa as novas projeções do Boletim Focus, do Banco Central (BC), para o IPCA (inflação)PIB (crescimento)Selic (juros) e dólar até 2028.

Rumo da Selic em meio às tarifas de Trump

A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos (EUA) e China, com novas tarifas anunciadas por Donald Trump e retaliações chinesas, aumentou o temor de uma recessão global e pode impactar a próxima reunião do Comitê de Politica Monetária (COPOM) do Banco Central (BC), que define a taxa de juros Selic no Brasil.

Com a expectativa de menor crescimento e queda de preços no exterior, analistas veem chance de o Banco Central encerrar o ciclo de alta de juros em maio.

Antes do conflito, o mercado previa a Selic terminal a 15% ou mais, mas agora existem projeções abaixo desse patamar.

Atualmente, a taxa está em 14,25%, após um aumento de 1 ponto percentual.

EUA

Nesta segunda-feira (14), o mercado norte-americano observa as expectativas de inflação com indicador do Federal Reserve (FED).

Além disso, dirigentes da autarquia discursam:

  • Thomas Barkin (13:00);
  • Christopher Waller (14:00);
  • Patrick Harker (19:00);
  • Raphael Bostic (20:40).

Alívio para big techs

Donald Trump prometeu novas medidas após surpreender na sexta-feira (11) com a suspensão de tarifas sobre smartphonesPCsservidores e outros produtos de tecnologia, em sua maioria montados na China.

O anúncio foi feito, na verdade, pela Agência de Alfândega, em benefício a big techs como AppleNvidiaDell HP, que agora pagarão tarifas reduzidas — de 45% para 5% em média — sobre cerca de US$ 385 bilhões em importações, apenas US$ 100 bilhões da China.

A maior isenção foi para PCs e servidores (US$ 140 bilhões), seguida por smartphones (US$ 41 bilhões).

A decisão gerou reação da China, que chamou a medida de “pequeno passo” e pediu o fim completo das tarifas.

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse que a redução foi temporária e que os produtos serão reincluídos na área de semicondutores em breve.

Já Trump, em tom mais duro, afirmou que “ninguém está fora de risco” e prometeu mais detalhes nesta segunda-feira (14).

Mas sem alívio sobre a inflação…

A redução das tarifas para produtos de tecnologia não alivia a pressão inflacionária no varejo dos EUA, que enfrenta a perspectiva de aumentos de preços e escassez de produtos ainda neste mês, segundo o jornal Financial Times.

Estudos da Yale University indicam que lojistas se preparam para reajustar preços nas próximas semanas devido às tarifas de até 145% sobre importações da China, o que deve agravar a inflação e reduzir o consumo.

Os primeiros impactos devem ocorrer em alimentos frescos — os EUA importam 59,00% das frutas e 35,00% dos vegetais consumidos.

Já roupas e brinquedos, com estoques reforçados, podem sofrer aumentos mais tarde, especialmente se houver antecipação nas compras de volta às aulas.

Mercado de ações pressionado

Segundo o Financial Timesas tarifas de Trump abalam a confiança dos investidores nos ativos americanos. Investidores buscam alternativas em outros mercados e perdem fé nos títulos do Tesouro e no dólar.

Eles estão perdendo o brilho do domínio hegemônico global (…) e é difícil imaginar o que poderá trazê-la de volta enquanto Trump estiver na Casa Branca.”

A reportagem destaca que o mercado de ações dos EUA agora carrega risco político, os títulos da dívida não são mais vistos como totalmente seguros, e o dólar deixou de agir como refúgio em tempos de crise.

O jornal conclui de forma pessimista:

Aconteça o que acontecer, os mercados americanos carregarão uma cicatriz duradoura.”

Ásia

China – As exportações da China aumentaram 12,4% em março, o maior crescimento em cinco meses, acima da expectativa de 4,4%.

Esse salto ocorreu após fábricas acelerarem os embarques antes da entrada em vigor das novas tarifas dos EUA.

Apesar do resultado positivo, a intensificação da guerra comercial entre China e EUA obscurece as perspectivas para a indústria e o crescimento econômico chinês.

Economistas alertam que o aumento das tarifas por Trump pode impactar significativamente o comércio global e os investimentos empresariais.