ATUALIZAÇÃO DO IBOVESPA:
- 18:25- Ibovespa (IBOV): +2,82, aos 126.912,78 pontos.
- 12:00 – Ibovespa (IBOV): +1,77, aos 125.629,99 pontos.
Na sessão anterior…
Na última quarta-feira (29), o Ibovespa (IBOV), principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, fechou em queda de 0,50% aos 123.432,12 pontos.
Brasil
Nesta quinta-feira (30), o mercado financeiro local observa o índice geral de preços – mercado (IGP-M), a ser divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Além disso, o Tesouro Nacional informa o resultado primário do governo central em 2024 e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Caged de 2024.
Selic a 13,25%
O mercado temia um relaxamento na política monetária do Banco Central (BC), mas o Comitê de Política Monetária (Copom) dissipou essas preocupações. Apesar de alguns economistas considerarem a mensagem “dovish“, a curva de juros trará a resposta definitiva.
O comunicado de alta veio firme, destacando desafios externos, dinamismo da economia e do mercado de trabalho, desvalorização cambial e alta recente da inflação. Esses fatores reforçam a necessidade de cautela.
Além disso, o Copom manteve o alerta sobre a política fiscal, reconhecendo seu impacto nos preços dos ativos e nas expectativas dos agentes, o que eleva a incerteza no cenário econômico.
A decisão também acompanhou as projeções do Boletim Focus, elevando a estimativa de inflação para 2024 de 4,5% para 5,2%, ainda abaixo da expectativa do mercado, mas bem acima da meta.
Para o terceiro trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária, o Banco Central projeta uma inflação de 4%, reforçando sua preocupação com o cenário inflacionário no médio prazo.
Os principais riscos inflacionários seguem assimétricos para cima, incluindo a desancoragem das expectativas, a persistência da inflação de serviços e uma taxa de câmbio continuamente depreciada.
Diante desse quadro, o Copom justificou a elevação da Selic para 13,25% e sinalizou um novo aumento de 100 pontos-base na próxima reunião, levando a taxa para 14,25%.
Para maio, o BC evitou compromissos diretos, mantendo flexibilidade diante das incertezas. No entanto, reforçou que o ciclo total de aperto monetário dependerá do compromisso firme com a convergência da inflação à meta.
Um ponto que gerou estranhamento foi a inclusão de uma desaceleração econômica mais intensa como fator de risco baixista.
Além disso, o comunicado não abordou de forma incisiva a piora recente nas expectativas.
Reação do mercado a Selic
Os economistas divergiram na interpretação do comunicado do Copom. Enquanto alguns viram um tom conservador, outros consideraram a postura mais branda do que o esperado.
Drausio Giacomelli (Deutsche) alerta para uma possível dominância fiscal. Já Roberto Padovani (BV) destaca que o BC manteve austeridade, mesmo sob nova direção.
Sérgio Goldenstein (Warren Investimentos) reconhece que o mercado esperava um tom mais hawkish, mas não descarta uma Selic acima de 14,75% devido a riscos fiscais e externos.
O Citi também vê os gastos fiscais como fator de pressão sobre a inflação subjacente e projeta uma Selic de 15,50% em junho.
Na ponta dovish, Itaú e XP avaliam que os juros podem não subir tanto. O Itaú vê um pico de 15,75%, mas sugere que o Copom pode encerrar o ciclo antes.
Bradesco e BofA projetam Selic terminal de 15,25%, com altas de 1 ponto-percentual em março e duas de 50pb em maio e junho, conforme o BofA.
O ex-diretor do BC, Fabio Kanczuk, classificou o comunicado como “o mais dovish possível”, mas admite que o tom pode mudar caso o mercado reaja mal.
Marco Caruso (Santander) também leu o comunicado como dovish e prevê desaceleração no ritmo de alta da Selic para 50 ou 75pb em maio.
Crédito consignado
Uma nova crise se desenha com o governo estudando um teto para os juros do crédito consignado no setor privado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP) confirmou que o debate está em andamento.
O economista Nicolas Borsoi (Nova Futura) alerta que a medida contraria a política do Copom, estimulando o crédito e reduzindo o desaquecimento da demanda agregada.
Isaac Sidney, presidente da Febraban, destaca o impacto potencial: o volume de crédito consignado pode triplicar, saltando de R$ 40 bilhões para até R$ 130 bilhões.
A notícia influenciou o mercado, elevando os juros futuros de curto prazo no fechamento.
EUA
Nesta quinta-feira (30), o mercado norte-americano monitora a primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos (EUA), referente ao quarto trimestre de 2024.
Além disso, será informado o volume de pedidos de auxílio-desemprego na semana.
Juros nos EUA
Na última quarta-feira (29), o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) decidiu pela manutenção do intervalo da taxa de juros.
A autarquia anunciou uma pausa no ciclo de cortes da fed funds, mantendo o intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Em comunicado, o Fed reforçou que o crescimento econômico permanece sólido, e que a redução do balanço patrimonial prosseguirá no ritmo estabelecido.
Além disso, o banco enfatizou uma percepção de riscos “praticamente equilibrados” para as metas de emprego e inflação.
Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, afirmou que o banco central norte-americano trouxe uma mensagem de que a inflação parou de progredir em direção à meta e que o mercado de trabalho segue apertado.
“De concreto, o Fed deve pausar o ciclo de juros até o 2º trimestre de 2025, pelo menos. Vamos ver se Powell [presidente do Fed] muda o tom na coletiva, mas essa linguagem seria perfeitamente consistente com um ciclo de alta de juros, apesar de acreditar que ainda é incipiente para esse movimento”, afirmou o economista.
Europa
Zona do Euro – Banco Central Europeu (BCE) informa a decisão para a política monetária.