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IBOVESPA HOJE - Boletim Focus, Gabriel Galípolo e risco de recessão global com tarifas de Trump são destaques

Principal índice acionário da B3 inicia o dia em queda de 1,4% e recuo aos 125.000 pontos

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ATUALIZAÇÕES DE MOVIMENTAÇÕES DO IBOVESPA:

  • – 10:14: Ibovespa: -1,55%, aos 125.281,47 pontos.
  • – 10:09: Ibovespa: -1,39%, aos 125.486,52 pontos.
  • – 10:02: Ibovespa: -0,02%, aos 127.226,44 pontos.
  • – 9:01: Ibovespa Futuro: -1,67%, cotado aos 125.400 pontos

Na sessão anterior…

Na última sexta-feira (4), o Ibovespa (IBOV), principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira, encerrou o pregão em queda de 2,96%, aos 127.256,00 pontos.

Mercados

A Bolsa de Tóquio suspendeu temporariamente as negociações nesta segunda-feira (7) após forte queda causada pelas tarifas dos EUA. O circuit breaker foi acionado com recuo próximo a 8%, e paralisou o mercado por dez minutos.

O premiê japonês, Shigeru Ishiba, adotou tom conciliador, negou práticas comerciais injustas e criticou a tarifa de 24,00% imposta às exportações do Japão. O representante pretende visitar Washington para negociar e pediu a revisão das medidas.

No fim do pregão desta segunda-feira (7), o índice Nikkei 225 recuou 7,68% e fechou aos 31.187,50 pontos.

Brasil

Nesta segunda-feira (7), o mercado financeiro local observa as novas projeções do relatório semanal Boletim Focus, do Banco Central (BC), para o IPCA (inflação), PIB (crescimento), Selic (juros) e dólar para os próximos quatro anos.

LEIA MAIS: Focus corta projeções e antevê dólar em R$ 5,90 em 2025

Além disso, dirigentes do Banco Central (BC) participam da premiação Top 5, em São Paulo (SP). São eles: Gabriel Galípolo, presidente da autoridade monetária, Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, e Nilton David, diretor de Política Monetária.

Pressão das tarifas

Embora a tarifa de 10% pareça um alívio, a cena atual ainda traz incertezas e não favorece o Brasil de forma clara.

Economistas preveem que as novas tarifas devem desacelerar a economia global e restringir os fluxos internacionais de capital.

A balança comercial brasileira pode sofrer, especialmente em setores com grande exportação para os Estados Unidos (EUA), como petróleo, café, aço, celulose e aeronaves.

O café, por não ter produção nos EUA, deve manter competitividade, enquanto o suco de laranja enfrenta concorrência interna e perde vantagem.

Além disso, a reação de países e blocos afetados, como China e União Europeia, pode redirecionar exportações para mercados alternativos, inclusive o Brasil.

Isso representa uma oportunidade para o agronegócio brasileiro, mas igualmente um risco para a indústria nacional.

Em contrapartida, o Brasil pode ampliar exportações agrícolas para a Ásia e ocupar espaço deixado pelos produtos norte-americanos.

Brasileiros são contra a anistia ao 8 de Janeiro

Mais da metade dos brasileiros (56%) se opõe à anistia dos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023, de acordo com uma pesquisa Quaest, encomendada pela Genial Investimentos e divulgada no último domingo (6).

Apenas 34% apoiam a soltura dos presos.

Entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77,0% defendem a manutenção das prisões, enquanto, entre os que votaram em Jair Bolsonaro, 32,0% também rejeitam a anistia.

A pesquisa também mostra frustração com o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 67,0% dos eleitores estão insatisfeitos – 36% muito frustrados e 31% pouco.

O descontentamento foi maior no Sul (76,0%) e Sudeste (73,0%), mas atinge 55% até no Nordeste, tradicional reduto petista.

No mesmo domingo (6) da divulgação da pesquisa, Jair Bolsonaro (PL) reuniu quatro governadores em ato pela anistia na Avenida Paulista, em São Paulo (SP).

A Universidade de São Paulo (USP) estimou 45 mil presentes, mas a Polícia Militar (PM) não informou o número oficial.

Futuro do Banco Master

Na reunião do Banco Central (BC) com banqueiros, em São Paulo (SP), discutiu-se a possibilidade de o BTG Pactual assumir uma nova fatia do Banco Master, com foco na carteira de precatórios.

Entre os ativos de interesse estaria uma ação no Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) que aguarda pagamento de R$ 14 bilhões pela União.

Em uma das hipóteses, o BTG Pactual (BPAC11) compraria sozinho os ativos do Master, inclusive precatórios e a operação de crédito consignado do Credcesta, voltada a servidores públicos.

André Esteves, sócio do BTG Pactual, busca apoio de Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) para viabilizar a operação, com uma linha emergencial do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para dar fôlego financeiro ao comprador.

Mesmo com a proposta de aquisição pelo BRB (BSLI3)(BSLI4), anunciada em 28 de março, o Banco Central ainda busca alternativas para evitar a liquidação do Master.

EUA

Nesta segunda-feira (7), o mercado norte-americano está com a agenda de indicadores esvaziada.

Do lado dos eventos, investidores monitoram a dirigente do Federal Reserve (Fed), Adriana Kugler, discursar.

Risco de recessão

A guerra comercial entre EUA e China elevou o risco de recessão global e colocou os mercados em alerta.

Enquanto isso, Donald Trump jogava golfe na Flórida e ignorou os protestos contra seu governo. O presidente norte-americano afirmou em rede social que a vitória vai ser histórica, embora difícil.

No sábado (5), entraram em vigor tarifas de 10% sobre produtos importados pelos EUA de mais de 180 países.

A partir de quarta-feira (9), tarifas maiores atingirão a China (34%) e a União Europeia (20%). Em resposta, a China vai começar a taxar produtos norte-americanos na quinta-feira (10).

Pequim também anunciou restrições à exportação de terras raras e incluiu onze empresas dos EUA em sua lista de entidades não confiáveis, além de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as medidas norte-americanas.

Trump disse que não quis quebrar os mercados, mas que “às vezes, são precisos remédios” para corrigir déficits comerciais. Afirmou ter falado com líderes tecnológicos e internacionais dispostos a negociar acordos.

Mais de 50 países afetados pelas novas tarifas procuraram a Casa Branca para negociar, de acordo com uma porta-voz do presidente norte-americano. Apesar disso, o conselheiro econômico Kevin Hassett admitiu que muitos estão irritados e retaliam.

As tarifas também atingem aliados dos EUA, como Israel, que agora enfrenta uma taxa de 17,00%. O premiê Benjamin Netanyahu visita nesta segunda-feira (7) a Casa Branca para tratar do tema.

O Vietnã, importante centro têxtil, também busca acordo e estaria disposto a zerar tarifas.

Na Europa, a italiana Giorgia Meloni criticou Trump, mas prometeu medidas para proteger a economia local.

Calçados mais caros

As novas tarifas impostas pelos EUA sobre produtores de moda e materiais para calçados e roupas surpreenderam varejistas e marcas americanas, que preveem aumentos generalizados de preços.

Cerca de 97,00% do vestuário e calçados vendidos no país são importados, principalmente da Ásia – o que afeta companhias como Walmart, Gap, Lululemon e Nike.

Essas marcas mantinham baixos custos ao operar com fábricas estrangeiras, mas agora nem elas nem os fornecedores devem conseguir absorver tarifas tão altas.

Produtos da China terão pelo menos 54,0% de taxa; Vietnã, 46,0%; Camboja, 49,0%; Bangladesh, 37,0%; e Indonésia, 32,0%.

Países como Índia, Paquistão e Sri Lanka também foram atingidos, o que inviabiliza alternativas imediatas de fornecimento. Se as tarifas persistirem, o consumidor vai arcar com os custos.

O impacto nos calçados vai ser expressivo, uma vez que 99,00% dos pares vendidos nos EUA são importados. Estima-se que uma bota chinesa suba de US$ 77,00 para US$ 115,00, e um tênis vietnamita de US$ 155 para US$ 220.

Para enfrentar o cenário, Taiwan anunciou US$ 2,70 bilhões em apoio à sua indústria, e isentou apenas os semicondutores das novas tarifas de 32%.