A Infracommerce (IFCM3) registrou um prejuízo líquido de R$ 79,5 milhões no primeiro trimestre de 2023, expansão de cerca de 34% sobre as perdas do mesmo período do ano anterior.
O BTG Pactual afirmou que o crescimento de janeiro a março da companhia foi fraco e pontuou que o EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado é negativo.
Além disso, os analistas do banco afirmaram que no período, foi a primeira vez em que a base de comparação não foi fortemente distorcida por fusões e aquisições, fornecendo assim uma visão mais clara do desempenho orgânico da Infracommerce.
A receita foi de R$ 214 milhões, alta de 10% no ano, foi afetada pela internalização de grande parte da operação da Nike no Brasil no segundo semestre de 2022, segundo o BTG.
O EBITDA ajustado, conforme reportado pela empresa, totalizou R$ 26 milhões (EBITDA não ajustado foi de R$ 19,4 milhões).
Os analistas afirmaram que ajustando o resultado pelas despesas financeiras antecipadas (R$ 27 milhões no 1T23), o valor fica negativo.
Além disso, o relatório destaca que entre o último trimestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2023, a dívida líquida aumentou R$ 200 milhões.
"Os investidores estão evitando ações com alta alavancagem e baixo lucro/fluxo de caixa negativo. Nós ficaríamos [na ação] por enquanto", afirmam os analistas.
A recomendação do BTG sobre os papéis IFCM3 segue sendo de compra, com preço-alvo de R$ 25,00. Os papéis avançavam 2,73%, a R$ 1,13, por volta de 12:13.
Os analistas apontam que a empresa tem feito um grande esforço para reduzir a queima de caixa (capex reduzido, demissões), mas se a queima de caixa não desacelerar, a Infracommerce "pode ter que levantar capital em um futuro não tão distante."