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Investir em opções: entenda as melhores estratégias

Saiba como utilizar opções de compra e venda para proteger sua carteira e aumentar os ganhos

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Crédito: 89Stocker
Crédito: 89Stocker

Ações como Petrobras (PETR3)(PETR4), Vale (VALE3), Itaú (ITUB4) e Magazine Luiza (MGLU3) não são apenas protagonistas da Bolsa de Valores brasileira, a B3 — elas também lideram o mercado de opções. Diariamente, milhares de contratos de compra e venda dessas empresas são negociados por investidores que buscam lucro rápido, proteção contra perdas ou renda extra.

Esse tipo de operação pode parecer complexo, mas as opções são, na prática, ferramentas acessíveis para qualquer investidor que deseje sofisticar sua estratégia sem precisar de grandes aportes.

Se você já pensou em proteger sua carteira de ações contra uma queda inesperada da Petrobras após uma crise política, ou lucrar com uma disparada repentina das ações do Magazine Luiza após uma boa notícia do setor varejista, então você já teve uma intuição do que uma opção pode fazer.

O que são opções?

Opções são derivativos — contratos que derivam de um ativo principal, como uma ação — e que concedem ao titular o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender esse ativo por um valor previamente determinado (preço de exercício), até uma data específica (vencimento).

Há dois tipos principais de opções:

  • Call (opção de compra): dá ao comprador o direito de comprar o ativo.
  • Put (opção de venda): dá ao comprador o direito de vender o ativo.

Ao contrário do que ocorre com ações, quem compra uma opção não adquire uma parte da empresa. O que se adquire é o direito de negociação futura, com potencial para proteção ou especulação.

Por que investir em opções?

As opções são ferramentas versáteis e poderosas. Elas servem para: Proteger a carteira de ações contra quedas acentuada e gerar renda extra com papéis em carteira.

Além disso, é possível aproveitar oportunidades de curto prazo com riscos controlados e alavancar ganhos em momentos de tendência definida.

Dependendo da estratégia usada, o investidor pode limitar perdas e ainda manter potencial de ganhos, o que torna as opções extremamente úteis em cenários incertos.

Há riscos envolvidos? 

Por mais atrativas que sejam, as opções carregam alguns riscos, especialmente para quem opera vendido —  isto é, vende opções sem ter o ativo correspondente.

Principais riscos:

  • Perda total do valor investido: principalmente ao comprar opções fora do dinheiro (sem valor intrínseco).
  • Alavancagem negativa: pequenas variações no ativo podem gerar grandes prejuízos.
  • Valor temporal: opções perdem valor com o passar do tempo, mesmo que o ativo não se movimente.
  • Liquidez: nem todas as séries de opções têm alta negociação, o que pode dificultar a entrada ou saída de operações.

Por isso, o uso consciente e estratégico das opções é essencial. A seguir, vamos explorar algumas das estratégias mais populares e eficazes. 

Funcionamento básico

Antes de se aprofundar nas estratégias, é essencial entender como funciona uma operação com opções, na prática.

O primeiro passo é o pagamento do prêmio, que é o valor que o comprador da opção paga ao vendedor para adquirir o direito descrito no contrato — seja ele de compra (call) ou de venda (put). Esse valor não é fixo e oscila ao longo do tempo, de acordo com as condições de mercado.

Durante a vida útil da opção (que pode variar de dias a algumas semanas, dependendo do vencimento), seu preço é influenciado principalmente por três fatores:

  1. Volatilidade do ativo subjacente: quanto maior a oscilação do preço da ação associada, maior tende a ser o prêmio da opção.
  2. Tempo até o vencimento: quanto mais distante estiver o vencimento, mais “valiosa” tende a ser a opção, pois há mais tempo para o cenário desejado se concretizar.
  3. Preço do ativo-objeto: a movimentação da ação principal impacta diretamente o valor da opção. Se o ativo se aproxima ou ultrapassa o preço de exercício, o prêmio tende a subir.

Quando a data de vencimento se aproxima, o titular da opção deve decidir:

  • Exercer o direito (comprar ou vender o ativo, conforme o contrato);
  • Vender a opção no mercado secundário, se ela ainda tiver valor;
  • Deixar a opção expirar, caso esteja fora do dinheiro (ou seja, não seja vantajosa).

Essa dinâmica faz com que as opções sejam muito usadas não apenas para especulação, mas para proteção (hedge) e renda passiva, como veremos a seguir.

Estratégias com opções para diferentes objetivos

Para as opções, há algumas estratégias simples e eficazes, utilizadas por iniciantes e investidores intermediários, que podem ajudar quem está conhecendo o tipo de investimento. 

1. Lançamento coberto (covered call)

É uma das formas mais conservadoras de operar com opções. Consiste em vender uma call sobre uma ação que você já tem em carteira. Isso gera renda extra com o prêmio da opção.

Quando usar: em cenários de estabilidade ou leve alta no ativo.

Exemplo prático: Um investidor com 1.000 ações de Petrobras (PETR4) pode vender 10 contratos de call (cada um equivale a 100 ações). Se a ação subir além do preço acordado, ele terá que vendê-las, mas embolsará o prêmio e o ganho com a valorização.

2. Compra de puts para proteção (protective put)

Serve para proteger sua carteira. Ao comprar uma put, você garante o direito de vender um ativo a um preço fixado, mesmo que ele caia no mercado.

Quando usar: em períodos de incerteza política, econômica, ou antes de eventos com potencial de impacto.

3. Compra de calls para especulação (long call)

Se você acredita que uma ação vai subir, pode comprar uma call. O ganho é ilimitado, e a perda é restrita ao valor pago na opção.

Quando usar: em momentos de tendência de alta ou após eventos positivos esperados.

4. Trava de alta / baixa (bull or bear spread)

São estratégias compostas por duas operações: uma compra e uma venda de opções com preços diferentes.

  • Trava de alta: espera-se valorização moderada do ativo.
  • Trava de baixa: aposta em queda moderada.

Quando usar: quando há uma visão direcional, mas o investidor quer limitar o risco.

5. Straddle e strangle

São estratégias neutras que apostam na volatilidade, não na direção. São usadas antes de eventos como anúncios de resultados, decisões do Banco Central, ou mudanças políticas relevantes.

Comparação: opções x ações x ETFs

Para quem ainda está se perguntando se vale a pena incluir opções na carteira, vale observar as diferenças entre elas e outros ativos de renda variável.

CaracterísticaAçõesETFsOpções
VolatilidadeMédiaMédia a altaAlta
ComplexidadeBaixaBaixaAlta
Potencial de retornoMédioMédioAlto (com mais risco)
Risco de perda totalBaixoBaixoAlto (principalmente para o comprador)
ObjetivoAcumular patrimônioDiversificar de forma passivaEspecular, proteger ou gerar renda extra
LiquidezAltaAltaVariável, depende da opção e do ativo-base