A JBS (JBSS3) enfrenta crescentes questionamentos sobre sua promessa de zerar emissões de gases estufa até 2040. Quase quatro anos após assumir o compromisso, o diretor global de sustentabilidade da empresa, Jason Weller, afirmou que a meta é apenas uma “aspiração” e não uma promessa concreta.
“Nunca foi uma promessa que a JBS faria isso acontecer”, disse Weller, em entrevista à agência Reuters.
Embora a JBS tenha se comprometido a eliminar o desmatamento ilegal de sua cadeia de suprimentos até 2025, críticos apontam que os avanços têm sido limitados.
A empresa argumenta que não possui controle direto sobre as práticas de seus fornecedores, mesmo reconhecendo que 97% de suas emissões estão relacionadas ao desmatamento e mudanças no uso da terra, fatores cruciais na crise climática.
“Uma das piores companhias em sustentabilidade”
A pressão sobre a JBS se intensifica diante de multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e de análises independentes que classificam a companhia como um dos piores desempenhos em sustentabilidade entre grandes empresas globais.
Ainda assim, os principais investidores da empresa têm se mantido silenciosos ou inativos, enquanto fundos rotulados como “sustentáveis” continuam a deter ações da companhia.
Apesar disso, a lucratividade da JBS segue em alta, com a forte demanda por carne impulsionando as ações a níveis recordes.
No entanto, o desmatamento associado à produção de gado no Brasil, responsável por 80% da destruição da Amazônia, ameaça não apenas a reputação da empresa, mas também compromete as metas climáticas do país, especialmente enquanto o governo Lula se prepara para sediar negociações globais sobre o clima.