Na noite da segunda-feira (21), parte do mercado financeiro especulou que a JBS (JBSS3) poderia adquirir o controle acionário do Bradesco (BBDC4).
A possibilidade circulou com algum destaque na Faria Lima, principalmente porque as herdeiras de Amador Aguiar, o fundador do banco, poderiam apoiar a movimentação.
Para Enrico Cozzolino, estrategista-chefe da Levante Investimentos, “seria possível que os irmãos Batista, possivelmente por meio da J&F, consigam adquirir uma participação relevante e com isso participar com influência relevante sobre a instituição financeira”.
Cozzolino relembra que o grupo liderado pelos irmãos Batista usualmente utiliza a holding J&F para realizar aquisições em setores fora do mercado alimentício, e não diretamente a JBS. Contudo, o analista pondera: “parece que pode ser exagerada a especulação de aquisição total da participação”.
A aquisição total da participação atualmente exigiria um valor de mercado de R$ 60 bilhões para que os controladores da JBS efetivamente tenham o controle do banco sediado em Osasco (SP).
Cozzolino pontua que, cerca de um mês atrás, a JBS (JBSS3) anunciou um programa de recompra de ações de até 10 por cento dos papéis em circulação.
“Como o conselho de administração aprovou a recompra de até 113.000.000 de ações, em um período de dezoito meses, atualmente 10% da JBS (JBSS3) negociam com valor de mercado de R$ 7,7 0bilhões, o objetivo dessa operação seria maximizar a geração de valor para os acionistas da companhia. As notícias de forma combinada nos parecem um pouco exageradas, apesar do bom momento que passa a JBS”.
A Levante Investimentos destaca haver a expectativa de que a JBS (JBSS3) apresente um faturamento de cerca de R$ 400 bilhões nos próximos doze meses, com uma margem EBITDA de 8,5%, com um EBITDA de R$ 34 bilhões nos próximos doze meses.
Neste momento, a JBS negocia com uma relação EV/EBITDA de 4,70x para os próximos doze meses.