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JP Morgan rebaixa recomendação para GPA (PCAR3) e ações caem mais de 6%

Com alta das taxas de juros, o rebaixamento de "neutro" para "underweight" afeta o GPA, com queda expressiva das ações na Ibovespa

JP Morgan rebaixa recomendação para GPA (PCAR3) e ações caem mais de 6%

O JP Morgan rebaixou a recomendação para a Companhia Brasileira de Distribuição (PCAR3), o Grupo Pão de Açúcar (GPA), passando de “neutro” para “underweight” (venda). 

Após a recomendação, as ações do GPA caíram na Ibovespa e registraram uma das maiores quedas da bolsa brasileira. 

A decisão foi realizada em um relatório divulgado nesta terça-feira (18) a pressão enfrentada pela companhia em meio ao atual contexto econômico. Por volta de 13:59 (horário de Brasília), as ações do GPA apresentavam queda de 6,37%, cotadas a R$ 2,94.

Pressões financeiras impactam o GPA

De acordo com os analistas Joseph Giordano e Nicolas Larrai, a alta das taxas de juros tem impactado a geração de recursos e limita as opções da empresa para reduzir sua alavancagem financeira.

Assim, a nova recomendação acontece devido “a pressão exercida sobre a geração de fundos devido às taxas elevadas e às alternativas limitadas para acelerar a desalavancagem”

Desafios para o varejo 

Além disso, o banco destaca o impacto do atual cenário de taxas de juros elevadas, com a Selic fixada em 13,25%, e uma possível nova alta de 1 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) prevista para março. 

Este contexto tem dificultado a recuperação do setor varejista de forma geral, com empresas como o GPA enfrentando maiores desafios financeiros.

Outro fator que preocupa os analistas é a desaceleração da inflação dos alimentos, que deve atingir 6,5% até meados deste ano. Para o JP Morgan, essa desaceleração “poderá retirar potencialmente retirando alguns ventos favoráveis ao SSS e à alavancagem operacional”,

Além disso, o banco antecipa uma possível piora no ambiente competitivo, com a saída do Carrefour (CRFB3) da bolsa de valores. Isso pode afetar diretamente o Assaí (ASAI3). O Grupo Mateus, por sua vez, será o que menos irá sofrer com a mudança. 

“Assim, neste contexto de taxas elevadas, preferimos ficar com o Grupo Mateus, que deverá continuar a apresentar a melhor dinâmica operacional e tem um balanço não alavancado”, afirmaram os analistas do JPMorgam.

O banco afirma que as recomendações para Assaí, Grupo Mateus e Carrefour são neutras, com preço-alvo de R$8,50, R$9 e R$ 7,70, respectivamente.