O processo de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem sido alvo de discussões acaloradas, enquanto avança, apesar da oposição política. Analistas do mercado financeiro têm compartilhado suas perspectivas sobre o destino das ações da empresa e as expectativas após a conclusão do processo de desestatização, ressaltando a convicção de que essa mudança deve se concretizar.
O debate em torno das possíveis alterações na regulamentação tem progredido, gerando uma visão positiva entre os especialistas, sem indícios imediatos de aumento nas tarifas médias, conforme destacado pelo Itaú BBA após uma reunião com Marco Bonini, diretor da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP).
A reconfiguração das normativas tem sido um ponto central nas discussões sobre o processo de privatização da Sabesp. Até o momento, as notícias têm favorecido a empresa. Segundo o JPMorgan, a perspectiva de avanço na desestatização tem impulsionado a valorização das ações da Sabesp, motivando uma revisão positiva do preço-alvo dos papéis, elevando-o de R$ 63 para R$ 83, o que representa um potencial de crescimento de 28% em relação ao fechamento do pregão de quinta-feira (16).
"Embora a privatização da Sabesp permaneça como um evento incerto, com resultados e cronograma difíceis de prever, os valores das ações da SBSP3 têm reagido de maneira favorável às notícias. Acreditamos que ainda existe um considerável potencial de valorização caso a privatização se concretize. Estávamos inicialmente mais céticos, porém, à medida que o processo avançou e atingiu marcos cruciais nos últimos meses, reavaliaremos o caso", avaliou um analista.
Na avaliação do cenário de privatização, o banco mencionou que o preço-alvo atual apresenta uma probabilidade de 50% para a efetivação do evento, embora ressalte um maior risco de instabilidade até a conclusão do processo, que, no cenário otimista, poderia se estender até meados de 2024.
"No melhor dos cenários, a privatização só seria concretizada por volta de meados de 2024, o que representa um risco substancial de instabilidade no futuro, dependendo das condições políticas e de mercado", destacou o analista.
As ações da empresa são classificadas como overweight (exposição acima da média, similar à compra), considerando que "o potencial de ganho completo é muito superior à desvantagem limitada caso o processo de privatização seja interrompido", afirmou o relatório do banco.