A Lojas Marisa (AMAR3), que enfrenta diversos desafios financeiros, divulgou um prejuízo de R$ 102 milhões no segundo trimestre de 2024. A empresa adiou a divulgação das Informações Trimestrais (ITR) relativas ao 2º trimestre de 2024 em agosto, mas publicou-as na última sexta-feira (13).
O dado representa um aumento de 60,8% em relação ao prejuízo registrado no mesmo período de 2023, que foi de R$ 63,4 milhões. A varejista também viu sua receita líquida e o Ebitda sofrerem quedas.
Queda nos indicadores do desempenho das lojas Marisa
De acordo com o balanço divulgado, a empresa registrou um Ebitda de R$ 5,9 milhões no segundo trimestre. Isso mostra uma queda de 87% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
A receita líquida da Marisa também apresentou retração, somando R$ 320,5 milhões, uma queda de 34% em relação aos R$ 485,4 milhões do segundo trimestre de 2023.
Aumento da dívida líquida da Marisa
Além das quedas nos principais indicadores de desempenho, a Marisa também viu sua dívida líquida mais que dobrar no período. A dívida passou de R$ 310,5 milhões, no final de março, para R$ 657,6 milhões em junho de 2024.
O aumento se deve, em parte, a três emissões de notas comerciais realizadas pela empresa, que totalizaram R$ 300 milhões.
O resultado financeiro líquido da companhia também foi negativo, com perdas de R$ 50,6 milhões no trimestre. No ano passado, esse número também foi negativo, totalizando R$ 46,7 milhões em quedas. A empresa atribuiu esse aumento à elevação das despesas com juros e correção monetária.
Reestruturação e foco em operações
A empresa informou que o cartão Marisa passou a ser gerido em parceria com a Credystem. Além disso, a Marisa destacou, no release, que os resultados apresentados no trimestre não consideram os números da M Pagamentos, sua divisão financeira, que foi classificada como “operação descontinuada” no período.
Apesar das dificuldades financeiras, a companhia destacou que houve uma recuperação nas vendas das mesmas lojas físicas, com crescimento de 11 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2024.
No entanto, em comparação com o segundo trimestre de 2023, as vendas caíram 14,8%. A empresa terminou o mês de junho com 235 lojas, uma queda de 13 pontos do ano anterior.
Recuperação da confiança e expectativas futuras
De acordo com o diretor-presidente Edson Salles Abuchain Garcia e o CFO Adilvo Alves de Souza Jr., a Marisa segue confiantes na capacidade da empresa de “transformar desafios em oportunidades”.
“Nosso compromisso em trabalhar incansavelmente para a retomada da Marisa ao patamar que ela merece permanece firme e constante”, afirmaram.
Além disso, eles ressaltaram que “apesar do resultado ainda negativo, ele [o balanço] superou o orçamento previsto no plano de recuperação construído nessa retomada dos estoques e do reposicionamento comercial”.
Impacto nas ações
Segundo cotação, as ações da varejista estava em queda de 7,62% nesta segunda-feira (16) cotadas a US$ 1,09.