O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer conversar com a Vale (VALE3) sobre os desafios do setor. Durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (30), Lula disse que a empresa demonstrou disposição para adotar um “novo comportamento”.
O anúncio vem após um encontro realizado na última terça-feira (28) com o presidente da empresa, Gustavo Pimenta, no Palácio do Planalto.
“Foi boa a reunião, e nós vamos fazer uma reunião, que eu vou convocar, para a gente discutir como é que a gente vai vencer os obstáculos de mineração que a Vale está enfrentando”, afirmou.
Reaproximação entre governo e Vale
O presidente destacou que a Vale passou por um período de gestão que classificou como “irresponsável”, afetando sua relação com o governo federal.
“A Vale não conversava com o governo e não discutia com o governo os projetos que ela pode participar neste momento de transição energética, neste momento da gente explorar os minerais críticos”, destacou.
No entanto, ele ressaltou a importância da empresa para o Brasil, especialmente no contexto da transição energética e da exploração de minerais estratégicos.
Ele também afirmou que a mineradora perdeu competitividade no cenário internacional, mas que há esforços para recuperar seu protagonismo.
“Nós queremos discutir várias coisas para fazer com que a Vale volte a produzir mais minérios e ela voltar a ser a primeira ou a segunda no mercado internacional. Ela caiu muito no mercado internacional”, completou.
Avanços no acordo de Mariana
Lula também mencionou a resolução do impasse com a Vale envolvendo o acordo de Mariana, desastre ambiental ocorrido em 2015.
De acordo com ele, a falta de um consenso havia gerado tensões, mas o governo conseguiu avançar nas negociações.
“Havia aquela tensão maluca, porque a gente não tinha feito o acordo de Mariana. Há nove anos estava parado o acordo de Mariana, havia gente que achava que era impossível, e nós conseguimos fazer o acordo funcionar”, afirmou.
Por fim, o presidente destacou que o governo, junto ao BNDES, está trabalhando para garantir que os recursos do acordo cheguem efetivamente às comunidades afetadas.