Em assembleia-geral extraordinária (AGE) realizada nesta quarta-feira, 29 de maio, acionistas de Magazine Luiza (MGLU3) foram contrários à propositura de uma ação de responsabilidade contra Frederico Trajano, CEO da varejista.
O pedido foi feito pelos irmãos Leandro e Thiago Ramos, que convocaram o evento.
Ambos eram donos da plataforma KaBuM! até abril do ano passado e acusavam o diretor-presidente da companhia de ter cometido uma fraude contábil, que seria responsável por um ajuste acumulado no patrimônio líquido de R$ 829,5 milhões.
Thiago e Leandro Ramos alegam ter alertado os executivos sobre o movimento no preço de entrada das mercadorias, como informou uma reportagem do site Metrópoles, baseada em informações de um documento relacionado à convocação e encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Ao próprio CEO, teriam informado “deficiência grave no controle contábil do estoque da companhia”.
Segundo os Ramos, ao contrário do que ocorria no Kabum, esse processo não era automatizado na varejista, mas realizado manualmente por quem tinha interesse pessoal em que ele fosse registrado o menor valor possível da transação. Isso porque as bonificações para os funcionários eram tanto maiores quanto menor o preço pago pelas mercadorias.
Além disso, acusam Trajano de ter agido de forma intencional para deixar prescrever um crédito fiscal de R$ 39,0 milhões, em valores atualizados, que havia sido reconhecido a favor do Kabum.
Trajano, por sua vez, respondeu que a convocação da AGE foi o “exemplo mais recente das condutas que têm sido impostas por seus autores, em sua cruzada para obter da companhia vantagens que não lhes são devidas por força dos contratos celebrados quando da venda do Kabum”.
Em relação à questão contábil, Trajano disse que “todos os fatos foram exaustivamente publicados e as conseqüências devidamente comunicadas aos acionistas e ao mercado em geral em novembro de 2023”.
Esta matéria contém informações do site Metrópoles.