
A Méliuz (CASH3) informou que seu conselho de administração convocará uma assembleia extraordinária de acionistas para 6 de maio, com o objetivo de alterar o objeto social da empresa — abrindo oficialmente as portas para o investimento em criptomoedas.
A decisão vem na esteira de um estudo interno sobre o uso do bitcoin como ferramenta estratégica, que, segundo a empresa, foi concluído “com sucesso”. A proposta visa tornar o bitcoin o ativo-chave da tesouraria, com a intenção de ampliar o valor gerado para os acionistas ao longo do tempo.
“Nosso objetivo é fomentar a geração incremental de bitcoin para os nossos acionistas, seja por meio da geração de caixa operacional ou de iniciativas financeiras e estratégicas”, informou a Méliuz.
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Apesar da guinada cripto, a Méliuz garante que seu core business — o cashback e os serviços financeiros — continuará inalterado, e que o desempenho das operações seguirá sendo peça central para sustentar essa nova fase. A geração de caixa, inclusive, será usada como alavanca para adquirir mais bitcoins no futuro.
A movimentação da empresa não começou agora. Em março, a Méliuz anunciou a compra de 45,72 bitcoins, investindo cerca de US$ 4,1 milhões ao preço médio de US$ 90.296,11 por unidade.
O anúncio catapultou as ações da companhia, que chegaram a subir mais de 20% no pregão seguinte.
No entanto, o cenário do mercado cripto não é dos mais otimistas: o bitcoin acumula uma desvalorização de 9% em 2025 — um contraste com os 120% de alta registrados em 2024.
O ativo digital está altamente sensível ao cenário econômico dos Estados Unidos (EUA), com a guerra de tarifas iniciada por Donald Trump e o rumo dos juros por lá.
Se aprovada na assembleia, a mudança no objeto social pode transformar a Méliuz em uma das primeiras empresas brasileiras de capital aberto a assumir o bitcoin como estratégia oficial de tesouraria, aproximando-se de movimentos já vistos no exterior com empresas como a MicroStrategy.