
A Mobly (MBLY3) anunciou nesta terça-feira (22), que detectou indícios de uma suposta atuação coordenada e não transparente que envolveria membros da família Dubrule, representantes seniores do Grupo XXXLutz (controlador da Home24) e a própria Home24, que detém 44,30% do capital social da companhia.
De acordo com a companhia, a descoberta ocorreu durante uma investigação interna conduzida pela administração da empresa.
As apurações apontam que haveria uma tentativa de compra de ações da Mobly (MBLY3) pela família Dubrule em condições distintas daquelas divulgadas na Oferta Pública de Aquisição (OPA) atualmente em curso — o que contraria as normas de transparência exigidas pelo mercado.
Mobly (MBLY3) encaminha alerta ao mercado
Em resposta às evidências coletadas, o conselho de administração da Mobly (MBLY3) decidiu agir com rapidez. Em reunião realizada nesta terça-feira (22), a companhia informou que vai:
- Notificar as autoridades competentes;
- Protocolar, ainda nesta terça-feira (22), um pedido de cancelamento da OPA junto à CVM;
- Solicitar apuração de responsabilidades civis, administrativas e criminais dos envolvidos.
A decisão foi deliberada após consulta aos assessores legais e financeiros da empresa, em linha com o dever fiduciário da administração em relação aos acionistas e a integridade do mercado.
O que foi colocado em jogo?
A OPA atual, conduzida por ofertantes ligados à família Dubrule, já estava em curso e pretendia adquirir ações da Mobly (MBLY3) no mercado.
Com a suspeita de tratativas paralelas com a Home24 — fora dos termos divulgados —, o caso levanta sérias questões sobre equidade, governança e integridade das ofertas públicas.
E agora?
O pedido de cancelamento da OPA e o encaminhamento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) devem desencadear uma investigação mais ampla.
A resposta da CVM e dos órgãos competentes vai ser decisiva para os próximos capítulos dessa disputa empresarial — e pode se tornar um caso emblemático de governança corporativa no mercado brasileiro.